“Chamei o 112 e disse que matei o meu pai”: jovem admitiu em tribunal ter “perdido a cabeça”

Maurício, de 21 anos, chorou no Tribunal de Faro e afirmou ter “perdido a cabeça”.

10 de janeiro de 2025 às 01:30
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“Vi o meu pai atirar uma cadeira à minha mãe e perdi a cabeça. Mas não me lembro de ter pegado na faca e de o ter esfaqueado.” A afirmação é de Maurício Cavaco, de 21 anos, que na quinta-feira começou a ser julgado, no Tribunal de Faro, pelo homicídio qualificado do pai, Vítor, em Santa Catarina da Fonte do Bispo, Tavira, em dezembro de 2023, na casa da família.

Em lágrimas e durante cerca de uma hora, o jovem relatou em tribunal “a vida inteira de sofrimento” que ele e a mãe passaram às mãos do pai, autor de sucessivos episódios de violência doméstica. “Eu não tinha intenção de o matar. Fui eu quem chamou o 112. Disse que tinha matado o meu pai. Estava muito nervoso”, recordou, adiantando que, quando se envolveu na luta com o pai, a mãe “fugiu de casa aos gritos, a pedir socorro” a um vizinho.

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Maurício contou ainda que o pai o insultava constantemente e o obrigava a trabalhar para ele. A mãe do jovem confirmou a violência de que era alvo por parte do marido. O homem usava expressões como “cadela”, “não serves para nada” e “vivem todos às minhas custas” para a ofender, bem como a Maurício. “Eu estava sempre com medo dele e foi por isso que não o deixei”, disse ainda.

PORMENORES

Prisão preventiva

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Maurício Cavaco esteve em prisão preventiva, mas desde março de 2023 ficou em domiciliária. Conta com o apoio da população.

Tribunal de Júri

Maurício Cavaco está a ser julgado por um Tribunal de Júri. Além do coletivo, sete jurados irão decidir a pena a atribuir ao jovem arguido.

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Julgamento adiado

O julgamento esteve marcado para o final de 2024, mas foi adiado porque a juíza não queria trabalhar no escritório de uma colega.

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