Chefe do Exército alerta militares que partem para a Roménia: vão preparar-se "para combater"
General Eduardo Mendes Ferrão diz que há "uma ameaça concreta, como há muito não tínhamos".
O chefe do Exército afirmou esta quarta-feira, em Vila Real, que a força portuguesa que em breve partirá para a Roménia, em missão da NATO, vai preparar-se "para combater" e encontrará um "contexto internacional marcado por uma ameaça concreta, como há muito não tínhamos"; e que serão "a linha avançada de dissuasão que protege a Aliança Atlântica, assegura a liberdade desses valores que os nossos antepassados ajudaram a construir". O general Eduardo Mendes Ferrão entregou o Estandarte Nacional aos 200 militares da 8.ª Força Nacional Destacada, novamente uma Companhia de Atiradores Mecanizada, levantada pelo Regimento de Infantaria N.º 13.
"Esta é a realidade, e Portugal está onde deve estar: presente, solidário e comprometido com a segurança coletiva, fazendo-o na Roménia, treinando com os seus aliados, potenciando a nossa interoperabilidade e reforçando a nossa credibilidade", afirmou o general Mendes Ferrão, para quem "a NATO vive hoje um novo paradigma", onde a força que vai partir para a Roménia se insere: "um universo de Forças aliadas de alta prontidão, ágeis e com capacidade de atuação imediata".
Apesar do treino que visa a interoperabilidade com os Aliados, o chefe do Exército destacou que a missão "tem um objetivo principal": "Preparar a Força para combater". "Sim, é importante treinar e testar de capacidades, mas sobretudo é necessário aprender com o que está a acontecer e compreender a nova face da conflitualidade, identificar novas táticas e doutrinas, alterar as mentalidades e fazer uso de novas ferramentas", explicou.
"Precisamos de alterar profundamente a mentalidade do treino. Já não basta treinar para cumprir um calendário ou um conjunto de procedimentos predefinidos. É necessário treinar para o combate efetivo, preparando forças que possam responder a ameaças reais, imprevisíveis e imediatas. Temos de aproveitar ao máximo a oportunidade para testar com realismo, rigor e foco operacional", exigiu aos militares perfilados em Vila Real.
Mendes Ferrão avisou que "não podemos continuar a treinar da mesma forma", quando as técnicas, táticas e procedimentos "evoluem todos os dias". "Exige-se nova atitude e postura, proatividade e rigor", disse. Tudo porque "a liberdade exige compromisso"; "a segurança exige preparação"; e "a paz exige força", afirmou.
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