Cinco comandantes exonerados por causa do roubo de armas em Tancos

Chefe do Estado-Maior do Exército anuncia exonerações.

01 de julho de 2017 às 20:23
O Chefe do Estado-Maior do Exército, General Rovisco Duarte Foto: Pedro Catarino
Explosivos roubados em Tancos Foto: CMTV
Panóis Nacionais de Tancos apresentam falhas de segurança Foto: CMTV
Base do Exército em Tancos Foto: José Neves

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Cinco comandantes foram exonerados do Exército por causa do roubo de material de guerra em Tancos.

A informação foi adiantada pelo Chefe do Estado-Maior do Exército, General Rovisco Duarte, em declarações à RTP: "Decidi exonerar os cinco comandantes das unidades que estão ligados a estes processos". Em causa estão cinco coronéis que lideram unidades que usam os paióis de Tancos.

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Sobre o roubo, Rovisco Duarte apontou a escolha meticulosa dos assaltantes: "Quando se escolhem dois paióis no lote de 20, que por acaso não são os mais próximos da entrada, temos de tirar conclusões".

"Não quero que haja entraves às averiguações e decidi exonerar os cinco comandantes das unidades que de alguma forma estão relacionadas com estes processos", acrescenta Rovisco Duarte

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Os militares exonerados são o comandante da Unidade de Apoio da Brigada de Reação Rápida, tenente-coronel Teixeira Correia, o comandante do Regimento de Infantaria 15, coronel Ferreira Duarte, o comandante do Regimento de Paraquedistas, coronel Hilário Peixeiro, o comandante do Regimento de Engenharia 1, coronel Paulo Almeida, e o comandante da Unidade de Apoio de Material do Exército, coronel Amorim Ribeiro.

Rovisco Duarte disse que decidiu exonerar estes comandantes "por uma questão de clareza e para não interferirem com o processo de averiguações até se esclarecer". Em comunicado, o Exército adianta que refere que estas exonerações não se encontram ligadas, nem têm qualquer associação, "a algum indício ou suspeita de envolvimento ilícito dos titulares destes cargos".

"Prende-se única e exclusivamente com a necessidade de se criarem todas as garantias de que as averiguações em curso decorrerão de forma absolutamente isenta e transparente", refere.

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Questionado sobre se ponderou demitir-se, Rovisco Duarte recusou essa possibilidade: "Quando se coloca problemas de demissão, não me passa minimamente pela cabeça", afirmou.

O responsável sublinhou que, em conjunto com outros oficiais generais do Comando do Exército, tomou "medidas concretas para implementar sistemas de vigilância e de controlo".

Rovisco Duarte admitiu desconforto pelo ocorrido, tanto mais que o Exército foi atingido "no orgulho e prestígio", considerando que foi "particularmente ingrato" porque tem vindo "pessoalmente a fazer um esforço para a vigilância e segurança das unidades".

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O responsável confirmou a relação do armamento roubado, 44 lança-granadas, 4 engenhos explosivos, 120 granadas de mão e 1.500 munições de nove milímetros. O general acrescenta que o roubo do granadas anti-tanque, granadas de mão, munições, explosivos e outro material de guerra terá ocorrido durante a madrugada.

O general reiterou que "pessoalmente" admite a possibilidade de ter havido fuga de informação face às "evidências" conhecidas, frisando que foram escolhidos dois paióis específicos em 20 e não eram os que estavam mais próximos da entrada.

Rovisco Duarte disse ainda que irá alterar o sistema de rondas.

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Ao que o CM apurou, a exoneração dos cinco comandantes não será definitiva. Durará, para já, o tempo da investigação em curso ao roubo de material militar da Base de Tancos.

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