Comandante da Marinha morto por assaltante
Isabel garante que o pai, João Figueiredo Fragoso, “nunca foi homem de se ficar”. Ao final da manhã de 23 de Outubro, o comandante da Marinha Mercante, aposentado, surpreendeu um ladrão no interior da sua casa, no Monte Estoril, Cascais. Rijo nos seus 77 anos, atirou-se a ele – que o esfaqueou mortalmente nas costas. Ao fim de quatro dias de investigações, a Polícia Judiciária conseguiu finalmente deter o principal suspeito do crime.
O detido é um homem de 35 anos, toxicodependente, sem ocupação, e identificado apenas como Luís M. “Pelos contactos que a nossa família tem tido com a Polícia Judiciária, temos sido informados de que se trata de um homem bastante frio”, disse ao CM Isabel Fragoso.
O à-vontade terá sido a principal arma de Luís M., no final da manhã de 23 de Outubro. O assaltante entrou na propriedade da família Fragoso, escalando um muro lateral. Uma porta aberta permitiu-lhe entrar na mansão e subir ao terceiro andar.
A primeira pessoa da família a surpreender o assaltante foi Arlete, mulher do comandante Fragoso. Perante a visão de um assaltante, com uma faca na mão, a idosa soltou um grito, que pôs em alerta o marido. Luís M. desceu as escadas a correr, e deparou-se com João Fragoso.
Os dois envolveram-se numa luta corpo a corpo. “O meu pai foi esfaqueado, várias vezes, no peito e nas costas. O ladrão fugiu sem roubar nada”, acrescentou Isabel Fragoso.
Em 27 de Outubro, Luís M. assaltou dois estabelecimentos em Cascais, fugindo em seguida. Viria a ser detido por agentes da PSP da Parede, horas depois, num centro de atendimento a toxicodependentes.
Presente a Tribunal, o suspeito viria a ser colocado em prisão preventiva. No entanto, após análises feitas à faca que lhe foi apreendida, a Polícia Judiciária veio a concluir que Luís M. era também o autor material do homicídio de João Fragoso.
RECONHECIDO
No passado fim-de-semana, Arlete Fragoso, viúva do comandante João Fragoso, foi convocada pela Polícia Judiciária. “Ela disse logo que o homem que estava perante ela, era o assassino do meu pai”, disse Isabel Fragoso, filha da vítima do crime.
CADASTRO
Luís M. é um velho conhecido das autoridades policiais do concelho de Cascais. “Devido à dependência da droga, ele sempre foi um homem frio. Já tinha sido várias vezes detido, pela prática de diversos roubos”, disse ao CM fonte policial.
FUNERAL
O cadáver do Comandante João Fragoso foi sepultado em 26 de Outubro, no cemitério da Galiza, no Estoril, Cascais. “Só ao fim de vários dias, é que conseguimos limpar todo o sangue que ficou na casa após o crime”, recordou Isabel Fragoso, filha da vítima.
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