Comandante dos bombeiros do Fundão demite-se após alegada violação no quartel

Onze operacionais da corporação foram detidos mas saíram em liberdade mediante apresentações semanais na polícia.

28 de novembro de 2025 às 14:02
Bombeiros Foto: Direitos Reservados
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O comandante da Corporação de Bombeiros do Fundão, José Sousa, demitiu-se na sequência do caso dos operacionais que alegadamente violaram um colega de 19 anos no quartel.

José Sousa explica que, enquanto comandante, era "o primeiro e o último responsável por tudo o que acontece no Corpo de Bombeiros" e, por isso, apresentou a demissão no dia 27 de novembro "com efeitos imediatos".

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Em comunicado à população, José Sousa garante que a prioridade "foi, e continuará sempre a ser, a defesa, o apoio e a proteção da vítima e da sua família", assegurando que tanto o comandante como a estrutura do Corpo de Bombeiros está à disposição para colaborar com a GNR e a PJ.

O ex-comandante afirma que "quem pratica atos desta natureza não tem lugar nesta, nem em qualquer outra instituição que viva da confiança do povo". E esclarece que não irá permitir que a "ação de alguns manche a honra de todos", destacando os homens e mulheres que "não merecem a generalização injusta e dolorosa que tem sido feita".

O CM noticiou, esta sexta-feira, que um dos bombeiros envolvidos já tinha violado um colega no quartel há 16 anos, mas não há nenhuma queixa na polícia. Na altura, José Sousa era adjunto do comando, mas alega que nunca teve conhecimento prévio de atos semelhantes por parte dos arguidos "dentro ou fora da instituição".

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Segundo apurou o CM, há mais queixas na Polícia Judiciária de praxes violentas, não só de crimes sexuais, que terão sido sempre relativizadas pelo agora ex-comandante.

Desde que o caso veio a público, José Sousa demonstrou um discurso confuso e com muitas contradições.

Na terça-feira, foram detidos onze bombeiros por suspeita de terem violado, em duas ocasiões distintas, um colega de 19 anos. Os abusos terão acontecido dentro do quartel do Fundão e de Soalheira

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Segundo comunicado da PJ, a vítima foi sujeita a atos sexuais violentos, numa duvidosa praxe, pois seriam os seus dois primeiros serviços. Em causa estão dois crimes de violação e um de coação sexual. O CM sabe que a violação foi filmada. 

Todos os arguidos foram presentes a tribunal, na terça-feira, acabando por sair em liberdade mediante apresentações semanais na polícia. Ficaram ainda proibidos de entrar no quartel.

Oito dos onze suspeitos foram, na quarta-feira, suspensos por três meses, o prazo máximo permitido. 

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