Criança morre queimada com pais em lua de mel

Além de Rodrigo, mais três dos 62 mortos da tragédia de Pedrógão Grande são crianças.

19 de junho de 2017 às 03:11
Rodrigo, Pedrógão Grande, fogo, tragédia, incêndio Foto: Facebook
Rodrigo morreu no incêndio em Pedrógão Grande Foto: Facebook
Pedrógão Grande, tragédia, morte, lua de mel, casal, filho, incêndio, fogo Foto: Vítor Mota
Pedrógão Grande, tragédia, morte, lua de mel, casal, filho, incêndio, fogo Foto: Vítor Mota
Rodrigo morreu no incêndio em Pedrógão Grande Foto: Facebook
2017-06-18_10_25.06 rodrigo 1.PNG Foto: Facebook

1/6

Partilhar

O incêndio que deflagrou na tarde de sábado em Pedrógão Grande, Leiria, matou pelo menos 62 pessoas e deixou feridas outras 62. Entre as vítimas estarão quatro menores.

Na aldeia de Mó Pequena, Bianca, de 4 anos, terá morrido quando fugia com a avó. Outras duas crianças, com idades abaixo de 8 anos seguiam noutra viatura apanhada pelo fogo.

Outra das crianças é Rodrigo, de quatro anos, que seguia no carro com um tio. 

Pub

"O meu neto Rodrigo não conseguiu fugir do fogo", gritou ontem em pânico, ao CM, Fernanda Alexandra, de 56 anos, enquanto, desesperada, continuava a tentar chegar à zona onde o neto, de 4 anos, e o tio foram encontrados mortos, carbonizados junto a uma viatura, numa estrada secundária nas imediações da aldeia de Nodeirinho.

Pub

Fernanda Alexandra, que vive em Lisboa mas avançou para a zona de Pedrógão Grande mal soube que o neto estava desaparecido, ainda acalentava esperança, mas ficou em pânico quando se deparou com a realidade: Rodrigo é uma das vítimas da tragédia.

"O menino ficou com os tios porque os pais estão em São Tomé e Príncipe [em lua de mel, depois de terem casado há uma semana] e veio cá passar o fim de semana", disse a avó ao CM, em lágrimas, na zona do IC8 que foi cortada por ordem da GNR.

A solidariedade para com a família de Rodrigo estendeu-se aos colegas do pai na TAP, onde é técnico de manutenção aeronáutica, através do Facebook.

Pub

No IC8 e na A13 viveram-se momentos de aflição, com dezenas de pessoas a tentarem saber se os familiares estavam bem. "Foi o fim do mundo. Perdi tudo", diz Luisilda Malheira, 62 anos.

Os seus terrenos agrícolas foram devorados pelo fogo. "Perdi tudo mas posso dar graças a Deus que estou cá eu e o meu marido e as nove pessoas que salvei em minha casa", explicou, olhando para os carros e corpos carbonizados dos seus amigos: "Conheço todos os 30 mortos desta estrada [EN236]. A maior parte é de Sobrais, um lugarzinho já aqui a seguir".

"Senti que ia morrer mas conseguimos sair do inferno"  

Luís Prior, de 55 anos, viu a morte à frente, mas conseguiu salvar-se. O carro que conduzia, um Smart, ardeu na EN236. "Senti que ia morrer mas consegui sair do inferno. Eu e o meu cunhado ficámos cercados pelo fogo e fumo", adiantou ao CM Luís Prior.

Pub

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

Partilhar