Criminalidade violenta e grave na Grande Lisboa desceu 1,9% até setembro
No âmbito da criminalidade geral, os crimes que mais aumentaram este ano foram a condução sem habilitação legal e excesso de álcool, desobediência e furtos por carteirista.
A criminalidade geral na área da Grande Lisboa aumentou cerca de 6% nos primeiros 10 meses do ano em relação ao mesmo período de 2024, enquanto a criminalidade violenta e grave desceu 1,9%, revelou hoje a PSP.
"Na área do Cometlis [Comando Metropolitano de Lisboa] embora nos primeiros 10 meses de 2025 tenhamos registado um aumento da criminalidade geral de cerca 6,1%, verificou-se, por outro lado, que a criminalidade violenta e grave diminui 1,9% face a igual período de 2024", disse o comandante do Cometlis, Luís Elias, na cerimónia que assinalou os 158 anos do maior comando da polícia do país.
O comandante do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP considerou "uma tendência muito relevante" esta descida da criminalidade violenta e grave, porque os crimes relacionadas com este tipo de criminalidade "são aqueles que maior impacto têm no sentimento de segurança dos cidadãos".
No âmbito da criminalidade geral, os crimes que mais aumentaram este ano foram a condução sem habilitação legal e excesso de álcool, desobediência e furtos por carteirista, indicou.
Luis Elias destacou também "um aumento substancial, de 64,5% (+2.829 delitos), nos crimes intimamente ligados à atividade policial" como é o caso dos crimes rodoviários, tráfico de droga e desobediência.
Já os crimes que mais desceram, no âmbito a criminalidade violenta e grave, foram os roubos na via publica.
Para o comandante do Cometlis, "não se deve analisar a evolução da criminalidade de ânimo leve, com abordagens casuísticas e aleatórias".
Nesse sentido, defendeu a realização periódica, que podia ser anual, "de inquéritos de vitimação em parceria com universidades de referência, no sentido de comparar as estatísticas oficiais da criminalidade publicadas através do Relatório Anual de Segurança Interna com os sentimentos de segurança expressos pelos cidadãos nestes estudos científicos".
"Só, assim, podemos fomentar uma cultura de segurança e um conhecimento informado, assim como fazer frente à desinformação e à exploração sensacionalista sobre os temas da criminalidade e da segurança", sublinhou.
O comandante do Cometlis sustentou que não se pode "olhar para a criminalidade comum ou criminalidade de massa como meras bagatelas penais" como os furtos por carteiristas, furtos em residências e em edifícios comerciais.
"Esta criminalidade é também organizada, assume por vezes contornos transnacionais, sendo altamente perturbadora da liberdade e sentimento de segurança das pessoas, provocando elevados prejuízos patrimoniais", precisou.
Segundo Luís Elias, "os conceitos tradicionais de criminalidade estão cada vez mais postos em causa face à relação entre a criminalidade organizada, a criminalidade violenta e grave e a dita criminalidade comum".
O oficial da PSP explicou ainda que "os grupos criminosos estão relacionados entre si, prestam serviços uns aos outros, utilizam as novas tecnologias para planear, cometer e branquear os lucros da sua atividade ilícita".
"Por isso, todos somos poucos para prevenir e combater o crime. É fundamental a cooperação, coordenação, a troca de informações com reciprocidade entre todas as forças e serviços de segurança, sem estereótipos e sem preconceitos", disse.
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