Diretor do Banco de Portugal suspeito de corrupção

Carlos Moura foi constituído arguido na 'Operação Pactum'.

20 de abril de 2025 às 01:30
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O diretor do Departamento de Sistemas e Tecnologias de Informação do Banco de Portugal, Carlos Moura, foi constituído arguido depois das buscas relacionadas com a 'Operação Pactum'. De acordo com o jornal Observador, Carlos Moura é suspeito de corrupção, participação económica em negócio, falsidade informática, abuso de poder, entre outros crimes cometidos em processos de contratação pública conduzidos pelo Banco de Portugal.

Em concreto, os investigadores suspeitam de ligações de Carlos Moura, antigo quadro da Portugal Telecom, a ex-colegas que transitaram para a MEO (detida pela Altice Portugal). O diretor do Banco de Portugal esteve envolvido em 2017 num procedimento de contratação de serviços e tecnologias de informação, que levou a uma adjudicação, no valor de 14 milhões de euros, a um consórcio constituído pela Claranet, MEO, Altran e Widesys. Outro dos contratos é o concurso público relativo à aquisição de serviços de comunicações, também adjudicado à MEO, já em 2025.

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Depois das buscas relacionadas com a 'Operação Pactum', foram constituídos 43 arguidos, dos quais 31 são pessoas singulares e 12 são pessoas coletivas. Os funcionários dos serviços de vários organismos do Estado são suspeitos de terem recebido contrapartidas por entregarem informação privilegiada às empresas investigadas, como cadernos de encargos. A partir dessa informação, estas empresas conseguiam vencer os concorrentes em concursos públicos (ocorridos entre 2017 e 2025). Para além do Banco de Portugal, são visados outros organismos, como o Instituto dos Registos e do Notariado, a Secretaria-Geral do Ministério da Justiça, a Agência para a Modernização Administrativa, a EPAL – Empresa Portuguesa das Águas Livres e o Balcão Único do Prédio (Bupi).

SILÊNCIO

O Banco de Portugal, liderado por Mário Centeno, recusou comentar a constituição de Carlos Moura como arguido. Aquando das buscas (dia 3 de abril) conduzidas pela Polícia Judiciária, o supervisor prometeu “total colaboração” com as autoridades. Desde então, nunca mais se pronunciou sobre a 'Operação Pactum'. 

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ARGUIDO

A MEO foi outro dos alvos das buscas da 'Operação Pactum'. De acordo com o jornal Observador, um representante da MEO foi igualmente constituído arguido, tendo sido transferido para outro departamento da empresa. 

Percurso

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Carlos Moura trabalha no Banco de Portugal desde 2015 e é diretor de Sistemas e Tecnologias de Informação desde 2020.

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