Docentes da UM culpam alunos

Cinco dias após a derrocada do muro que matou três universitários, em Braga, dois peritos da Universidade do Minho (UM) entregaram um relatório em que apontam o dedo ao comportamento dos quatro estudantes que subiram àquela estrutura. Todos acabam de ser acusados pelas mortes dos três colegas – caloiros da licenciatura de Engenharia Informática. Um dos arguidos ficou ferido na tragédia, em abril de 2014.

Na conclusão da peritagem, feita no local, está escrito que o mais provável é que "a derrocada não tenha sido provocada por influência da ação do solo. O caso mais provável é que houve rotação da estrutura em torno da base por não existir fundação que garantisse estabilidade face à carga exterior adicional transmitida pelo peso dos estudantes que subiram para a parte superior", escreveram os professores Joaquim Barros e Tiago Miranda.

O relatório serve de base para o entendimento que levou o procurador a constituir arguidos Luís Pedro, José Monteiro, André Marinho – todos de 20 anos – e João Afonso, de 19. Na acusação, lê-se que a estrutura, inclinada para a frente, só caiu "devido à carga adicional transmitida pelo peso dos arguidos". Os estudantes respondem por homicídio por negligência.