Fogo de Mangualde mantém uma frente ativa
Plano de Emergência Municipal já foi ativado. Autarca suspeita de origem dos fogos.
O incêndio que lavra desde domingo no concelho de Mangualde mantém, ao final da tarde desta terça-feira, uma frente ativa, combatida por perto de 400 bombeiros, informou fonte da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC).
De acordo com a fonte, as chamas continuam a lavrar em Póvoa de Cervães, encontrando-se no terreno, às 19h30, 395 operacionais, apoiados por 104 meios terrestres e dois meios aéreos.
Por volta das 17h00, o presidente da Câmara de Mangualde, João Azevedo, informou que continuava por controlar cerca de 20% do incêndio.
Sobre a área afetada, o autarca estimou que já tenham ardido "mais de 3 mil hectares de terreno".
De acordo com o presidente da Câmara de Mangualde, João Azevedo, as chamas, foram combatidas durante a tarde por cerca de meio milhar de operacionais, e desenvolveram-se com mais intensidade na zona de Vila Mendo de Tavares, Pinheiro de Tavares, Torre de Tavares e Terras de Azurara, na freguesia de Santiago de Cassurrães e Póvoa de Cervães.
Presidente de Mangualde faz balanço de danos
O autarca espera que os meios mobilizados para o local, de várias estruturas, apoiados por "muitos populares", sejam "os necessários para dominar rapidamente" as chamas. "Está tudo envolvido neste grande combate [ao fogo] em Mangualde".
Há "muitos danos no concelho, muitas situações que vão prejudicar as famílias", lamentava João Azevedo, referindo que já arderam, para além de muita floresta e mato, uma segunda habitação, palheiros, apoios agrícolas, "tudo bens que representam grandes prejuízos", mas a "preocupação fundamental" tem sido proteger as pessoas, salienta.
Trata-se de "um incêndio brutal e que tem muito a ver com o mau comportamento de alguém que quis prejudicar o concelho", sustenta o presidente da Câmara de Mangualde, considerando que "não é normal" em tão poucos minutos registarem-se "três ignições, numa extensão longa, numa estrada municipal".
"Ainda hoje (segunda-feira) durante a tarde tínhamos uma frente de fogo com uma extensão de cerca de três quilómetros a norte do concelho e junto a aldeia de Matados houve uma ignição, não é normal que houvesse uma projeção com uma distância tão grande", salienta o autarca.
Ativado Plano de Emergência Municipal em MangualdeO Plano de Emergência Municipal foi ativado hoje às 20h15 no concelho de Mangualde, onde lavram dois incêndios com grande intensidade, disse à Lusa o presidente da Câmara, João Azevedo.
De acordo com o autarca, a ativação do Plano de Emergência Municipal já foi comunicada ao secretário de Estado da Administração Interna e à Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), servindo para "colocar todos os meios disponíveis no teatro de operações".
"Há quatro povoações em risco no alto do concelho, mas a situação está tão instável que daqui a 15 minutos o que estou a comunicar agora pode ser diferente. São 50 quilómetros de fogo", referiu, cerca das 20h30.
De acordo com fonte da Câmara de Mangualde, a circulação automóvel foi cortada nos dois sentidos da A25, entre Mangualde e Fornos de Algodres.
Presidente da Câmara de Alijó decreta Estado de Emergência MunicipalO presidente da Câmara de Alijó, Carlos Magalhães, decretou esta segunda-feira o Estado de Emergência Municipal por causa do incêndio que lavra no Concelho desde a madrugada de domingo e que se mantém com três frentes ativas.
A Comissão Municipal da Proteção Civil esteve reunida esta noite no posto de comando instalado na Chã e, no final, o autarca anunciou que o Plano de Emergência Municipal foi ativado.
Chamas consumiram mais de 50% da área da freguesia de Tavares
O incêndio que lavra desde domingo no concelho de Mangualde consumiu mais de 50% da área da União das Freguesias de Tavares, que é composta por 11 aldeias, revelou o presidente da junta, Alexandre Constantino.
De acordo com o autarca, a aldeia de Vila Cova de Tavares foi a mais fustigada.
"Penso que ardeu 50 a 60% da área da freguesia. Infelizmente temos muito prejuízo na freguesia", apontou, sem saber ainda quantificar.
É exatamente em Vila Cova de Tavares que continua ativa uma frente de fogo, que levou a GNR a cortar um pequeno troço da Estrada Nacional 16 para que "os bombeiros realizassem um exercício" de contenção de fogo.
O presidente da junta da União das Freguesias de Tavares, que se encontra no local, explicou que esta é uma freguesia rural e onde muitas pessoas se dedicam à criação de gado e produção de leite.
"Para além da floresta que ardeu, casas e automóveis escaparam. Há é animais que vão ficar sem o seu pasto e muitas pessoas dependem disso", referiu.
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