Dois mil manifestantes homenageiam Gisberta no Porto
Transexual morreu após ter sido agredida, violada e deixada no fundo de um poço.
A memória de Gisberta, a transexual que morreu à mão de 14 adolescentes, em 2006, após ter sido agredida, violada e deixada no fundo de um poço, mora nos corações dos pelo menos 2000 manifestantes que este sábado marcharam, no Porto, pelo orgulho LGBT.
"Se ainda cá estivesse, estaria muito feliz por nós", disse Mariana Santos, uma das jovens que acha que ainda há muito por fazer na luta pela igualdade.
A 13ª edição da Marcha do Orgulho LGBT - Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgéneros, que é apenas uma das previstas para este ano, acontece 12 anos depois da morte de Gisberta, que se tornou um símbolo na comunidade. Mariana, que estava acompanhada de Joana na manifestação, teve oportunidade de privar com uma das melhores amigas de Gisberta.
"Encontrámo-la e ela disse-nos que sabe que o que aconteceu não foi por acaso, aconteceu por uma causa. Tem saudades dela e diz que o futuro é nosso", referiu. Para lá da homenagem, também a luta pela liberdade e pela igualdade de direitos motivou a marcha. "É um dever estar presente em memória de todas as pessoas que sofreram e que fizeram a história do Mundo onde nós agora podemos estar", afirmou Diana Barnabé. Não faltaram, no entanto, críticas a Portugal. "Ainda vivemos num País preconceituoso, mas é com eventos como este que o vamos moldando" explicou.
Diogo Torres incentiva à felicidade. "Não importa quem és. Importa seres feliz", exclamou. A marcha contou com 14 organizações, entre partidos e representações estudantis. Partiu da praça da República e terminou na praça D. João I.
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