“É um acordar diário no pior pesadelo das nossas vidas”: pais de jovens mortos em atropelamento pedem justiça
Entregue petição a pedir a requalificação do crime de homicídio por negligência para doloso.
Aproxima-se a primeira sessão do julgamento do taxista que atropelou mortalmente Afonso Gonçalves , jovem universitário de 21 anos, em Lisboa. “Não me vão devolver o meu filho. Não o vou ver licenciado e não vai dar-me netos, por isso, a justiça nunca será feita”, diz o pai, Paulo Gonçalves. O condutor, já com antecedentes criminais, está em prisão preventiva. Colheu o jovem numa passadeira na Av. dos Estados Unidos da América e abandonou-o, em setembro do ano passado. “É uma dor única, que não se explica. É um acordar todos os dias no pior pesadelo das nossas vidas”, desabafa Paulo.
Mas este não é caso único. Está a completar um ano desde que João Gago, também de 21 anos, perdeu a vida em Viseu. “É um choque que nos muda. A vida nunca mais será igual”, diz a mãe, Sandra Sousa. A condutora fugiu do local, mas acabou por se entregar às autoridades e está em liberdade.
Para as famílias, os condutores não podem ser vistos apenas como alguém que cometeu um erro, mas como responsáveis diretos pela morte. A família de João pede a requalificação do crime de homicídio negligente - punido com até 3 anos de prisão ou multa - para doloso. E uma petição com mais de 10 mil assinaturas pede o agravamento das penas dos crimes de omissão de auxílio e condução perigosa - que são punidos, com 2 anos de prisão ou multa.
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