Eduardo Cabrita: "Seria demagogia absoluta dizer que não haverá novos grandes incêndios"
Ministro da Administração Interna falou sobre o combate às chamas em Mação e Vila de Rei.
O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, está esta terça-feira a visitar zonas afetadas pelos incêndios que têm assolado Portugal, nomeadamente Mação e Vila de Rei.
Eduardo Cabrita agradeceu a ajuda europeia no combate às chamas e abordou o tema dos incêndios no futuro.
"Seria demagogia absoluta dizer que não haverá novos grandes incêndios", começou por dizer o ministro.
"Houve um cumprimento rigoroso [nos incêndios que começaram no sábado na região Centro] daquelas que são as orientações estratégicas definidas no modelo de combate aos incêndios rurais: prioridade absoluta à salvaguarda da vida humana, à salvaguarda das populações, das aldeias, das zonas residenciais", afirmou Cabrita.
O ministro sustentou que as alterações climáticas e a característica da floresta portuguesa "exigem uma resposta que já está a ser dada com os mecanismos da reforma da floresta e com a adaptação dos planos diretores municipais a planos regionais de ordenamento da floresta.
"Estes colocarão, também num quadro de responsabilidade partilhada e descentralizada na mão dos municípios, uma palavra decisiva sob o modelo de ordenamento da sua floresta. Esse é um trabalho de fundo que já está a ser feito e que nos permitirá seguir um caminho que estamos já a ter", frisou.
Segundo este responsável, nos últimos 10 anos, o país registou uma média de 20 mil incêndios por ano.
"Foi essa a média entre 2009 e 2018. Em 2018, conseguimos ter apenas cerca de 12.200 incêndios florestais, quase metade, apenas, daquilo que se verificou nos 10 anos anteriores e uma significativa redução da área ardida. É nesse trabalho que temos que prosseguir", afirmou.
Depois de sublinhar que ainda é muito cedo para fazer balanços sobre este incêndio, Eduardo Cabrita sublinhou que decisões como as que foram tomadas recentemente na Assembleia da República, para alargar a todo o país o cadastro florestal "são decisivas".
"Uma gestão da floresta integrada com escala é fundamental para a prevenção. Julgo que o combate demonstrou, mais uma vez, uma capacidade de responder às suas prioridades estratégicas", concluiu.
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