Enfermeiro morto em casa há 15 dias
O cheiro nauseabundo alertou os vizinhos, que se queixavam de um "estranho odor" que percorria vários andares do prédio ‘Ancorope’, em Sines. E as suspeitas acabaram por confirmar a presença de um cadáver num dos apartamentos do 2º andar, na passada quarta-feira. <br/><br/>
"Cheirava-me a qualquer coisa em decomposição, mas apesar de perguntar às pessoas do prédio, ninguém se queixava. Até que um dia decidi percorrer os andares onde o cheiro era mais intenso", contou Deolinda Lourenço, uma das habitantes do edifício, que decidiu alertar os bombeiros e a GNR. Os elementos das autoridades arrombaram a porta e encontraram o cadáver de um homem, em avançado estado de decomposição. Segundo o CM apurou, devia estar morto há 15 dias.
Enfermeiro de profissão, Augusto Gonçalves, de 50 anos, vivia sozinho há vários anos. Era um homem solitário e de poucas falas. Nos últimos dias, não respondia aos telefonemas dos colegas do Centro de Saúde de Sines, que estranharam a ausência, nem aos recados deixados por baixo da porta pela administração do prédio. "Como não pagava rendas há vários anos utilizava sempre o elevador para não ser visto. Não estranhámos a ausência", adiantou fonte ligada à gestão do prédio.
Desconhece-se as causas da morte do enfermeiro mas, de acordo com os moradores, Augusto estaria doente. "A última vez que o vi estava muito magro e debilitado. Parecia doente e andava agarrado à parede", recorda Deolinda Lourenço. A moradora esteve vários dias sem comer, depois da descoberta macabra. A viver há 17 anos no prédio, Deolinda, recorda que este é o segundo caso de um cadáver encontrado no interior de um dos apartamentos. "O primeiro foi o suicídio de uma rapariga."
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