Equipamento da Marinha funcionou mas sem detetar "algo de relevante" nas pedreiras de Borba
Veículo submarino com controlo remoto possui um sonar para ajudar nas buscas na pedreira.
A Marinha Portuguesa conseguiu utilizar esta sexta-feira um veículo submarino com controlo remoto para ajudar nas buscas nas pedreiras atingidas pelo deslizamento de terras e colapso de uma estrada em Borba, mas não foi detetado "algo de relevante".
A Marinha enviou na quinta-feira uma equipa com seis elementos - dois oficiais, um sargento e três praças mergulhadores - e um veículo submarino com controlo remoto, que tem um sonar para ajudar nas buscas na pedreira.
O comandante Fernando Fonseca, porta-voz da Marinha, disse à agência Lusa que os militares e o material ficaram prontos para operar na pedreira quando tal fosse decidido, o que acabou por só ocorrer esta sexta-feira, devido a "questões meteorológicas e de segurança".
"Em termos de resultados dos trabalhos, os equipamentos acabaram por funcionar, deram algumas leituras e conseguiu-se perceber os degraus que a pedreira tem na parte submersa", afirmou, explicando que ambas as equipas estiveram em ação.
O veículo submarino com controlo remoto é, normalmente, utilizado no mar, rios e algumas albufeiras e tem como principal função descobrir minas que estejam fundeadas, o que levantou algumas dúvidas em relação ao sucesso da operação devido ao espaço tão confinado em que tinha de operar.
Segundo o porta-voz da Marinha, existe "muito ruído" na receção dos sinais emitidos pelo aparelho, devido à "morfologia da água e quantidade de material em suspensão" que existe no local.
"Recebemos muito ruído, causado pelo conjunto de detritos e pelo espaço exíguo onde estamos a operar, mas não foi detetado algo relevante para as buscas", explicou, referindo que o equipamento utilizado tem cerca de metro e meio de comprimento.
Os trabalhos nas buscas efetuados pela Marinha foram interrompidos durante a tarde desta sexta-feira, mas os militares vão permanecer em Borba.
"Foram interrompidas durante a tarde, tendo em conta que houve outra operação em curso que não era compatível, e estamos prontos para sábado utilizar estes equipamentos, se assim for decidido por quem está a coordenar as operações no terreno", salientou.
O deslizamento de um grande volume de terras e o colapso de um troço da estrada entre Borba e Vila Viçosa, no distrito de Évora, para o interior de poços de pedreira ocorreu na segunda-feira às 15h45.
Segundo as autoridades, o colapso de um troço de cerca de 100 metros da estrada terá arrastado para dentro da pedreira contígua, com cerca de 50 metros de profundidade, uma retroescavadora e duas viaturas civis, um automóvel e uma carrinha de caixa aberta.
Na terça-feira à tarde foi retirado o corpo de um dos dois mortos confirmados, havendo ainda três pessoas dadas como desaparecidas.
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