Médico afastado do INEM em exclusivo à CMTV: "Estou a ser vítima de uma perseguição"

António Peças diz que não foi ativado para o serviço que o INEM diz que o médico cirurgião recusou.

08 de janeiro de 2019 às 20:45
Médico cirurgião António Peças Foto: CMTV
Médico cirurgião António Peças Foto: CMTV
Médico cirurgião António Peças Foto: CMTV
Médico cirurgião António Peças Foto: Direitos Reservados
Colisão entre carro e mota faz um ferido grave no Seixal Foto: Carlos Barroso/Correio da Manhã
Colisão entre carro e mota faz um ferido grave no Seixal Foto: Direitos Reservados

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O médico cirurgião, António Peças, que foi afastado pelo INEM após se recusar a transportar um doente por sofrer de uma indisposição e alegadamente estar a essa hora a trabalhar numa tourada, esteve esta terça-feira na CMTV e admitiu estar a ser vítima de uma perseguição do Conselho Diretivo do INEM.

"Estou a ser vítima de uma perseguição do conselho diretivo do INEM", começou por dizer o médico cirurgião, referindo que não foi ativado para o serviço.

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"Lamento que o INEM tenha facultado a troca de informações. Independentemente disso, tudo o que se passa naquela conversa é indesmentível. Não fui ativado para o serviço, por isso não podem dizer que o recusei. É atribuída uma gravidade ao doente que o hospital não comprova. Contactei a colega que estava de serviço a quem questionei qual era a situação clínica do doente. A colega afirma que contactou o CODU para articular o transporte e para transferir o doente por terra", explicou António Peças, reforçando que o estado clínico do doente não justificou a utilização de um helicóptero.

"O transporte de helicóptero não se justificava em situação alguma, porque o estado de saúde do doente indica que nem sequer fosse acopmanhado por um enfermeiro. Não recusei transporte porque não fui ativado para um transporte. Para isso é necessário que o médico receba uma documentação", continuou António Peças, que falou também do governo.

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"Aquilo que acontece é que pela primeira vez um processo de inquérito culmina num despedimento do funcionário. Aquilo que me parrece é que estamos a voltar às práticas do antigo regime, patrocinadas por um partido de esquerda", disse o médico, explicando que esteve na Praça de Touros.

"Não é verdade que estive a trabalhar noutro sítio. O que acontece é que é necessário é que um médico para a corrida entreegar uma declarações ao diretor de corrida uma hora antes do início do espetáculo. Nessa altura, a médica ainda não tinha comparecido no local. O empresário ligou-me e perguntou-me se conseguia resolver a situação. Eu respondi que depois do almoço passaria pela Praça de Touros e foi o que fiz", disse.

Recorde-se que o caso remonta a 29 de outubro de 2017, quando um doente de 74 anos sofreu um traumatismo craniano com uma extensa hemorragia.

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O transporte para o doente acabou, contudo, por não se concretizar porque o médico alegou sofrer de uma gastroenterite, revela a denúncia anónima que terá sido entregue no INEM. O doente seria deslocado para Lisboa por ambulância dos bombeiros, acompanhado não por um médico, mas por um enfermeiro.

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