Tribunal não consegue notificar homicida
Ricardo Teixeira foi alvo de agressão há quatro anos e acabou por morrer no Hospital de Faro.
Pela quinta vez, foi ontem adiado, no Tribunal de Portimão, o julgamento de um segurança inglês responsável pela agressão que causou a morte a um jovem de 23 anos, na Oura, em Albufeira, há quatro anos. A dificuldade em notificar o arguido, de 25 anos, que foi para Inglaterra a seguir ao crime, está na origem dos sucessivos adiamentos.
"Eu já temia que isto pudesse acontecer, é uma vergonha. Eu sofro muito e só queria que isto acabasse e se fizesse justiça", desabafou ao CM Helena Barrocas, mãe da vítima, que compareceu no tribunal com cartazes em protesto contra a situação.
Fernando Cabrita, advogado da família do jovem Ricardo Teixeira, confirmou que a dificuldade em notificar John Hodgson, que se encontra em Kent, no Reino Unido, da data de início da sessão levou a novo adiamento. "Às vezes, a colaboração com as autoridades britânicas parece funcionar só para um lado. Lembro-me de um caso, muito mediático [o desaparecimento de Maddie McCann], em que as autoridades portuguesas tudo têm feito para ajudar. Em sentido inverso, essa colaboração não tem corrido muito bem", observou.
Na madrugada de 7 de julho de 2011, Ricardo foi agredido na cabeça, à saída do bar Matt’s, na Oura. Com a pancada, o jovem rolou pelas escadas e sofreu um traumatismo cranioencefálico. Nunca mais recuperou. Entrou em morte cerebral e o óbito foi declarado uma semana depois no Hospital de Faro. John Hodgson entretanto, viajou, para Inglaterra.
A 7 de julho, quando se completam quatro anos sobre a agressão, familiares e amigos vão reunir-se na avenida Sá Carneiro (rua dos bares da Oura) para depositar velas e uma coroa de flores junto ao local da tragédia.
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