Ex-bancária admite que falsificava relatórios médicos

Mulher é acusada de pertencer a uma organização criminosa.

18 de janeiro de 2016 às 18:26
Tribunal de Coimbra, julgamentos, Serviço Nacional de Saúde Foto: Ricardo Almeida/Correio da Manhã
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Uma ex-bancária de 56 anos, envolvida num processo de burlas de pensões com 30 arguidos, admitiu esta segunda-feira na primeira sessão, no Tribunal de Coimbra, que falsificava os relatórios médicos recorrendo ao programa digital informático Paint.

A ex-bancária, residente em Coimbra, é acusada de pertencer a uma organização criminosa que emitia documentos para a obtenção de pensões de invalidez, em que eram angariados clientes, elaborados relatórios médicos e emitidos atestados médicos fraudulentos com doenças de que os beneficiários não padeciam.

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Esta tarde, depois de a alegada líder da organização, uma ex-professora de Coimbra, ter negado de manhã participação ativa no esquema, a ex-bancária admitiu que falsificava relatórios médicos, alterando os dados de documentos originais emitidos por diversas entidades do Serviço Nacional de Saúde em nome de outras pessoas, recorrendo ao programa digital de desenho Paint. Segundo a arguida, a ex-professora ter-lhe-á facultado os documentos originais e pedido para lhes alterar o nome e data.

Quanto a pagamentos, teria a receber dez euros por cada relatório médico falsificado. "Recebeu quanto? 5.000 euros?", questionou o juiz que preside o coletivo, ao qual a ex-bancária respondeu que "gostava" de ter recebido esse valor, mas que "nem 500 euros" recebeu da ex-professora - "apenas deu para pagar os tinteiros da impressora".

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Apesar da cooperação e de se mostrar "bastante arrependida", a ex-bancária não deixou claro se sabia para que é que os relatórios falsos serviam, sublinhando que ficou "em estado de choque" quando se apercebeu dos valores cobrados pela facilitação na obtenção de pensões (normalmente valores superiores a 1.500 euros).

Na terça-feira ainda não se irão começar a ouvir as 146 testemunhas do processo, visto que esta segunda-feira não foram ouvidos todos os arguidos.

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