Falsos polícias torturam vítimas
Dizem ser da PJ para não serem alvo de queixas.
Entravam de madrugada nas casas dos traficantes. Não mostravam falsos distintivos, nem fardamento. Anunciavam apenas ser da PJ. Depois raptavam e agrediam as vítimas, para as obrigar a entregar dinheiro. Um dos atacados resistiu a dizer onde estava o dinheiro e foi torturado com uma faca e choques elétricos.
Verdadeiros inspetores da Unidade Nacional Contra Terrorismo (UNCT) da PJ detiveram quarta-feira três elementos do grupo de raptores e falsos PJ, que atuava principalmente no Algarve. Segundo explicou ao CM fonte policial, apurou-se que fazem parte de uma rede maior e que já tinha sido alvo em abril, tendo na altura sido presos dois homens.
Apesar de atacar traficantes, o grupo interessava-se apenas pelo dinheiro. Exigiam sempre valores elevados e escolhiam criminosos porque acreditavam que estes não se iriam queixar às autoridades. O CM sabe que o grupo começou a ser investigado quando raptou o familiar de um dos traficantes, ataque que motivou denúncia. Uma das vítimas resistiu a divulgar onde tinha o dinheiro escondido. Acabou vítima de graves agressões e torturada com uma máquina de choques elétricos e uma faca.
Os três homens, entre os 25 e os 28 anos de idade, estão indiciados pelos crimes de rapto agravado, roubo qualificado, violação de domicílio, usurpação de funções e posse de armas proibidas.
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