Funcionário do MP intimida filho de agressor
Funcionário do Ministério Público tentou ajudar o amigo arguido.
Um funcionário dos serviços do Ministério Público (MP) de Felgueiras está acusado dos crimes de denegação da justiça e prevaricação.O processo acabou arquivado, mas o arguido seria condenado num processo posterior de violência doméstica.
O homem de 60 anos, residente em Margaride, Felgueiras, é suspeito de ter condicionado o depoimento de um rapaz num caso de violência doméstica em que o arguido era o pai deste.
"Se fossem os meus filhos, não os meteria num processo", foi uma das expressões usadas pelo funcionário para evitar que o jovem prestasse depoimento contra o pai, acusado de violência doméstica sobre a ex-mulher, com quem esteve casado durante 25 anos e que começou a perseguir e a ameaçar de morte depois de se terem separado, em novembro de 2012. "Se fosse comigo, eu nunca falaria", acrescentou ao rapaz.
O homem, que está no Ministério Público felgueirense desde 1993, tinha sido nomeado para conduzir os inquéritos de mãe e filho, num processo contra um amigo seu de mais de dez anos, com quem, segundo a acusação do Ministério Público de Paredes, tomava café diariamente em Felgueiras e com o qual se juntava nas tardes de sábado para "confraternizar".
Ao longo dos interrogatórios informou o amigo arguido das declarações da mulher e disse ao filho daquele que o seu depoimento poderia levar à prisão do pai. "Conseguiu intimidar, envergonhar e incutir sentimentos de culpa na testemunha", pode ler-se na acusação.
O processo acabou arquivado, mas o arguido seria condenado num processo posterior de violência doméstica.
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