Governo e GNR em silêncio após deputado atropelar criança na passadeira em Vila Nova de Paiva

Foi a 8 de novembro que o deputado Carlos Silva Santiago regressava de um almoço quando, por volta das 17h20, atropelou uma criança na passadeira, em Vila Nova de Paiva.

O social-democrata conduzia alcoolizado. O primeiro teste do balão foi feito apenas uma hora após o acidente e a vários quilómetros de distância do local. É considerada no mínimo estranha, a conduta adotada pela GNR.

De Tarouca veio uma patrulha e o encontro aconteceu no cruzamento para Viduinho, em plena estrada nacional 329.

O teste apresentou uma taxa-crime de 1,35 gramas de álcool por litro de sangue.

O antigo presidente da câmara de Sernancelhe solicitou contraprova, realizada noutro balão, no posto da GNR de Sátão. E mais uma vez o procedimento da GNR volta a dar que falar, pelos piores motivos. Desde logo porque o exame demorou duas horas a ser feito e o alcoolímetro estaria ainda com o horário de verão. O recibo dá máquina atesta que o presidente da Distrital de Viseu do PSD tinha 0,96 g/l às 20h30, três horas depois o atropelamento.

Duas semanas após o caso ser tornado público, a GNR continua a recusar dar explicações, bem como o Governo. O episódio causou embaraço mas nem uma palavra para o caso. O Correio da Manhã questionou Leitão Amaro mas sem sucesso. Recorde-se que Amaro encabeçou a lista de deputados por Viseu e que permitiu a Carlos Silva Santiago ocupar um lugar na Assembleia da Republica. O deputado, que continua sem atender o telemóvel, culpou a criança plo acidente. Garante que o menino de 9 anos apareceu a correr e embateu na lateral do carro. Já o rapaz diz que Santiago não parou na passadeira e que por isso ficou com o pé preso a uma roda.

O Ministério Público abriu um inquérito na secção de Satão do Departamento de Investigação e Ação Penal de Viseu e está a investigar.