Guardas acusados por fuga de Vale de Judeus contra interrogatórios disciplinares
Sindicato contesta que seja inspetora responsável pela acusação a interrogar sete guardas e um chefe alvo de processos disciplinares.
Começaram nesta quarta-feira, na prisão de Vale de Judeus, os interrogatórios aos sete guardas e um chefe acusados, em processos disciplinares abertos pela Direção-Geral dos Serviços Prisionais (DGSP), por ordem do Ministério da Justiça, pela fuga de cinco reclusos (todos já recapturados), daquela prisão em setembro de 2024. Recorde-se que também o ex-diretor da cadeia, Horácio Ribeiro, é visado por averiguação interna.
Os oito visados já tinham sido interrogados uma primeira vez em março, mas na altura não prestaram declarações, com a justificação de não conhecerem o processo. No entanto, esta quarta-feira, todos prestaram declarações.
O Sindicato Nacional da Guarda Prisional (SNGP), cujo advogado, Pedro Proença, representa todos os visados, está, no entanto, descontente com o facto de a responsável pelos interrogatórios ser uma inspetora que já defendeu a suspensão dos arguidos. "Trata-se da inspetora do Serviço de Auditoria e Inspeção da DGSP responsável pela acusação. Esse procedimento não é normal nestes casos. Lamentamos que a Direção-geral seja fraca com os fortes, e forte com os fracos. Mas nós já não somos fracos", considerou Frederico Morais, presidente do SNGP.
As diligências iniciadas esta quarta-feira vão estender-se por vários dias. Além dos arguidos, serão também inquiridas diversas testemunhas.
Recorde-se que os profissionais da guarda prisional, que incorrem em penas disciplinares duras, estão acusados de diversas violações de deveres gerais, o principal dos quais o de vigilância.
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