Guardas prisionais contra trator na cadeia de Vale de Judeus

O Sindicato Nacional da Guarda Prisional (SNGP) está contra a entrada em funções na cadeia de Vale de Judeus, na manhã desta quarta-feira, de um trator (alegadamente adquirido por 86 mil euros, valor que os Serviços Prisionais não confirmam), que servirá para funções de desmatação nos terrenos circundantes aquele estabelecimento prisional. Frederico Morais, presidente do SNGP, considera que "sendo Vale de Judeus uma prisão delicada, de onde fugiram cinco reclusos (já recapturados), em setembro do ano passado, se devia era investir mais em segurança".

O próprio diretor-geral dos Serviços Prisionais, Orlando Carvalho, esteve presente numa cerimónia na prisão do concelho da Azambuja. Este veículo, segundo fonte oficial da Direção-Geral dos Serviços Prisionais disse ao CM, "servirá para desmatar, mas também para a realização de obras na cadeia, e transporte do lixo". "É um equipamento pago pelo Centro de Competências para as Atividades Económicas dos Serviços Prisionais. É fundamental para a segurança, porque permite limpar a zona envolvente, determinante em medidas de segurança", acrescentou fonte oficial.

Frederico Morais discorda do investimento. O presidente do SNGP questiona, ao invés, "pelo andamento das obras que foram prometidas, após a auditoria de segurança que se seguiu à evasão de 5 presos de Vale de Judeus". "Temos viaturas a avariar, e sem condições de circular. As torres de vigilância continuam desativadas. Falou-se em equipamentos de vigilância térmica. Nada está ainda a andar", considerou o responsável sindical.

A fonte oficial dos Serviços Prisionais contactada pelo CM garantiu que "a construção de duas torres está na fase final de execução, o contrato para a instalação de iluminação exterior está já adjudicado, e o caderno de encargos para o concurso dos inibidores de drones e telemóveis está fechado", concluiu.