Homem condenado por agredir mãe cega continua a viver com a vítima
Tribunal da Relação de Guimarães proíbe contactos, mas não promove afastamento.
"Nunca mais morres, sua p..., cega. Qualquer dia, pego fogo à casa e mato-te." Foi assim que, durante mais de um ano, um homem de 30 anos, da Póvoa de Lanhoso, insultou e ameaçou de morte a mãe, uma invisual de 62 anos, a quem exigia dinheiro.
A mulher, viúva, foi também, por diversas vezes, agredida com vários murros no corpo e até com uma porta na cara.
O filho, desempregado, já foi condenado, no ano passado, a três anos e meio de prisão, com pena suspensa, por violência doméstica.
Agora, o Tribunal da Relação de Guimarães condenou-o a quatro anos de prisão, igualmente suspensa, também por dois crimes de extorsão.
O tribunal deu como provado que, "pelo menos duas vezes por semana", o homem injuriou e ameaçou a mãe de morte, chegando mesmo a expulsá-la da habitação.
Ainda assim, o agressor, que vai ter de pagar uma indemnização de cinco mil euros à mãe e está proibido de a contactar, continua a viver na mesma casa que a vítima, na freguesia de Serzedelo.
As agressões começaram em 2017. Após ter vivido no estrangeiro, o indivíduo regressou a casa da mãe.
O agressor, que foi institucionalizado aos sete anos, mantém, segundo o relatório social, "uma relação conturbada" com a mãe e demonstra "sentimentos de revolta e de abandono na infância".
O desempregado acabou por ser detido, no início do ano passado, continuando a viver com a mãe. Já depois destes factos, voltou a ameaçar a mulher.
O juiz manteve-o na habitação.
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