Hospital-prisão de Caxias recusou reclusa transexual agressora
Ministra da Justiça prometeu que reclusa de 48 anos iria ter apoio psiquiátrico. Entra e sai de cadeias há 32 anos.
A reclusa transexual que agrediu dois guardas prisionais na cadeia feminina de Santa Cruz do Bispo, Matosinhos, e já esta semana (na segunda-feira) incendiou uma cela na prisão de Tires, causando ferimentos por inalação de fumos a outros cinco guardas, foi, esta quarta-feira, levada ao hospital-prisão de Caxias. A diligência ocorreu depois de, na véspera, a ministra da Justiça, Rita Júdice, ter prometido no Parlamento que a reclusa, de 48 anos, iria receber apoio psiquiátrico. Só que, apurou o CM, a mesma não ficou internada nesta unidade de saúde prisional, regressando à cela disciplinar da cadeia de Tires onde se encontra após ter causado o incêndio.
A promessa de Rita Júdice foi feita após perguntas de deputados do Chega e do Livre, durante a presença da governante no Parlamento, para discussão do Orçamento de Estado na especialidade, na área da Justiça. O CM questionou os Serviços Prisionais sobre o assunto, mas os mesmos disseram "não fazer partilha pública sobre diligências de reclusos, nem sobre matéria respeitante à saúde e acompanhamento clínico destes". Frederico Morais, presidente do Sindicato Nacional da Guarda Prisional, assistiu à inquirição parlamentar e disse ao CM "continuar a defender que esta reclusa seja transferida para a secção de segurança da cadeia de Monsanto, em Lisboa".
Entretanto, o CM apurou que a vida prisional desta reclusa transexual começou em 1993, quando ainda era homem. Desde então que já esteve várias vezes em prisão preventiva, uma das quais indiciada por violação. No registo prisional está identificada com dois nomes (masculino e feminino). Recorde-se que a conduta da reclusa tem-se tornado mais violenta porque, segundo a própria, tem vontade de reverter o processo de mudança de género a que já deu início.
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