Interrogatórios da Operação Marquês mostram contradições entre Salgado e Bataglia

Presidente do BES nega saber do destino de milhões e recusa ter pago luvas a Sócrates.

17 de abril de 2018 às 19:48
Ricardo Salgado, ex-líder do BES Foto: David Martins
Ricardo Salgado,Operação Marquês, BES, Banco Espírito Santo, corrupção Foto: José Sena Goulão / Lusa
Ricardo Salgado pagou chumbo à Sonae com milhões do BES Foto: CMTV
Hélder Bataglia diz que Vale do Lobo foi um bom negócio Foto: Lusa
Hélder Bataglia só aceitou vir a Portugal para ser ouvido se não fosse detido Foto: Pedro Catarino

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Ricardo Salgado e Hélder Bataglia contaram aos investigadores da Operação Marquês duas versões bem diferentes sobre o destino de cerca de 10 milhões de euros, que Bataglia diz terem tido como destinatário Carlos Silva, amigo íntimo de José Sócrates.

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Respondendo ao Procurador Rosário Teixeira, Ricardo Salgado foi confrontado com os gastos de milhões de Hélder Bataglia, também arguido no processo, a propósito de supostos investimentos do BES em África. O banqueiro negou ter qualquer conhecimento sobre as atvidades de Bataglia, mas este disse exatamente o contrário. O empresário diz que sempre informou Salgado das suas atividades e confirmou a entrega de milhões de euros a Carlos Silva, amigo de José Sócrates.

O banqueiro cehgou a dizer aos investigadores: "Quem percebe de mercados sou eu".

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Nos interrogatório da Operação Marquês, que a CMTV revela esta terça-feira, Ricardo Salgado, antigo líder do Banco Espírito Santo, negou ainda qualquer relação com José Sócrates e recusou qualquer ato de suborno.

"Nunca cometi erros de princípio. De Julgamento certamente cometi. Não são verdadeiras quaisquer afirmações de quaisquer tipo de relação ou de influência do primeiro-ministro José Sócrates sobre qualquer assunto. Nunca falei com José Sócrates sobre a operação da PT".

Ricardo Salgado é acusado no processo da Operação Marquês dos crimes de corrupção ativa de titular de cargo político, corrupção ativa, branqueamento de capitais, abuso de confiança, falsificação de documento e fraude fiscal qualificada. Já Hélder Bataglia vai responder pelos crimes de branqueamento de capitais, falsificação de documento, abuso de confiança e fiscal qualificada.

O MP acredita que Salgado corrompeu José Sócrates e usou Bataglia para fazer chegar milhões a Carlos Silva, tido na acusação como o testa de ferro do antigo primeiro-ministro.

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