Investidos 1,3 milhões de euros em ‘Meca do Cinema’

"Não quero prestar declarações neste momento". O silêncio foi a postura adotada por Luís Carito, antigo vice-presidente da Câmara de Portimão, na primeira sessão de julgamento, no tribunal da cidade, em que é um dos 10 arguidos - seis deles sociedades - acusados de burla qualificada e branqueamento.

Os quatro arguidos respondem ainda por um crime de participação económica em negócio.

Cerca de 1 milhão e 300 mil euros terão sido gastos do erário público, em quatro anos, entre 2009 e 2013, através de empresas municipais, num projeto que prometia criar uma ‘Meca do Cinema’ em Portimão, e que não teve nenhuma infraestrutura construída, nem qualquer retorno.

Segundo Artur Curado, um dos arguidos que falou na primeira sessão, administrador da Pictures Portugal - empresa que a acusação diz ter recebido a verba - , o dinheiro foi aplicado em promoção e viagens.

Além de Luís Carito e Artur Curado são também arguidos Carlos Barros e Luís Marreiros.

Este último, que também ontem prestou declarações, explicou que foi contratado por Artur Curado, com um ordenado de 3600 euros mensais, devido à sua experiência para a captação de investidores e entidades institucionais.

PORMENORES

Acusação

Luís Carito está ainda pronunciado pelo crime de danificação ou subtração de documento e notação técnica (por ter engolido um documento nas buscas da PJ) e Artur Curado por um crime de usurpação de obra.

Câmara pede 700 mil euros

A Câmara de Portimão constituiu-se assistente no processo e apresentou um pedido de indemnização cível de 700 mil euros, pelo prejuízo causado.

Julgamento continua hoje

A segunda sessão do julgamento está agendada para hoje, às 09h15, no Tribunal de Portimão.