Pais de militar morto a tiro esperam há 18 anos por indemnização
Militar que efetuou o disparo que matou Carlos Soeiro foi condenado a pagar 103 mil euros.
No Investigação CM desta sexta-feira revelamos-lhe a história de Carlos Soeiro, morto a tiro por um camarada de armas.
A justiça demorou 18 anos a decidir e o Estado não foi responsabilizado, acabando por escapar à indemnização. A família tem direito a receber mais de 100 mil euros mas quem paga é o autor do tiro que não tem nada em seu nome.
A morte de Carlos Soeiro, então com apenas 19 anos, deixou a família de rastos. Carlos era o sustento da casa. Os pais continuam sem saber exatamente o que aconteceu e, em exclusivo à CMTV, relataram os momentos de tristeza e angústia pelos quais têm passado
Carlos Manuel Gomes Soeiro perdeu a vida a 8 de novembro de 2001, na base da Força Aérea do Montijo, em Setúbal. O disparo acidental tirou-lhe a vida.
Os magistrados do Supremo Tribunal condenaram no início de junho o militar que efetuou o disparo a pagar 103 mil euros de indemnização aos pais da vítima.
Foi dado como provado que o tiro foi acidental mas que a pistola se encontrava em perfeitas condições de funcionamento.
Ficou também provado que no momento do disparo, o réu estaria a simular e exemplificar uma situação ocorrida no dia anterior.
De forma inesperada, o projétil fez ricochete na parede e atingiu Carlos Manuel.
No recurso para o Supremo Tribunal de Justiça, o autor do disparo alegava que tudo não tinha passado de um acidente e que deveria ser o Estado a suportar o pagamento. Este pedido foi recusado.
Os juízes conselheiros confirmaram os entendimentos das decisões anteriores e consideraram que quando a vítima morreu não se encontrava no exercício de funções.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt