Investigação à morte de freira gera polémica
Religiosa foi encontrada morta em tanque.
Onze anos depois da morte de uma religiosa, encontrada sem vida no tanque da Fraternidade Missionária Cristo Jovem, em Requião, Vila Nova de Famalicão, a Procuradoria-Geral da República (PGR) ordenou a reabertura do inquérito que o Ministério Público (MP) arquivou, na altura, com a certeza de que Maria Amélia Serra se tinha suicidado. Mas a ordem da PGR caiu mal junto dos procuradores de Famalicão e está a gerar polémica, apurou o CM junto de fonte judicial.
Os magistrados entendem que se trata de uma decisão tomada apenas devido à pressão mediática que existe desde que, em novembro passado, a Polícia Judiciária do Porto realizou buscas devido na sequência de denúncias de escravidão por parte de noviças. O padre e três religiosas da fraternidade, com estatuto de associação de fiéis reconhecida pela Diocese de Braga, foram detidos.
A família da religiosa pediu que a morte, em 2004, fosse investigada depois desta última situação ter sido conhecida e ao saber que o arquivamento foi decretado com base no depoimento da superior hierárquica da vítima, a única testemunha que teria sido ouvida.
No âmbito do processo de escravidão, Helena Costa - que integrou a Fraternidade Missionária Cristo Jovem e fugiu - afirmou que foi ouvida pelo Ministério Público sobre o terror que viveu no convento, mas garante nada lhe ter sido perguntado sobre a morte de Maria Amélia Serra, que diz ter sido espancada pela religiosas.
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