Roubo de armas feito a prestações
Material de guerra de Tancos tem grande volume e mais de 350 quilos. Levado 500 metros até rede.
Os investigadores encarregues de esclarecer o roubo de material de guerra na base do Exército em Tancos estão a despistar a hipótese, inicialmente transmitida em surdina e agora já assumida publicamente por deputados e militares fora de serviço, de terem existido várias invasões ao longo de dias aos dois paióis assaltados e não apenas um ataque cirúrgico na noite de 27 para 28 de junho.
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2017-07-08_01_06.25 Info_MatetrialTancos.pdfSegundo apurou o CM junto de fontes próximas, em causa está um volume de mais de uma centena de caixas com explosivos, granadas e lança-rockets. Um total, segundo cálculos do CM a partir de fontes militares (ver infografia), superior a 350 quilos. Um desafio logístico para uma só noite, dado que o material terá sido levado em braços 500 metros entre os paióis e uma carrinha comercial, que estaria à espera nos buracos na rede norte.
Há quem, como o BE fez ontem no Parlamento, questione abertamente se o roubo foi feito "num só dia, num só momento". O mesmo fez o coronel Vasco Lourenço: "Todo de uma vez ou, como muitos opinam, por várias vezes e durante um espaço concreto de tempo? E, neste caso, durante quanto tempo durou o desaparecimento do material?".
As fontes militares do CM consideram "altamente arriscado" os assaltantes terem prolongado os ataques aos paióis ao longo de vários dias. "Davam mais hipóteses de serem apanhados por alguém que não estivesse dentro do plano", afirmam.
Dos Paióis Nacionais de Tancos foi levado muito material extremamente perigoso, mas deixado outro com elevado valor militar, como os mísseis anticarro Milan e Tow, também portáteis. A razão poderá ser a falta de compradores no mercado negro, uma vez que é equipamento com tecnologia avançada e para o qual é necessária formação para operar.
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