Famílias trocam acusações no funeral de Samira
Irmão de Sónia Lima respondeu a provocações.
A tensão entre as famílias de Nelson Ramos e de Sónia Lima atingiu esta quinta-feira o pico. Segundos depois de o caixão de Samira ter descido à terra, no cemitério de Rio de Mouro, Sintra, uma observação de um dos presentes no funeral da menina morta no passado dia 15 – juntamente com a irmã Viviane, atiradas à água pela mãe, em Caxias – irritou familiares de Sónia Lima.
"Isto ainda não acabou, só agora está a começar", respondeu em voz alta e em jeito de mensagem, Tino Lima, irmão de Sónia – que está detida preventivamente pelo duplo homicídio – soltando uma frase intimidatória dirigida a um homem que não estava associado a nenhuma das famílias. À saída do cemitério, o homem disse que Sónia merecia a pena de morte.
Samira, que tinha três anos, foi sepultada ao lado da campa da irmã Viviane, de apenas 19 meses, cujas cerimónias fúnebres decorreram no domingo. As irmãs foram enterradas com quatro dias de diferença.
"Estão agora os dois anjinhos no céu", disse esta quinta-feira o padre Henrique Oliveira, que conduziu as cerimónias fúnebres. Em cima do caixão de Samira apenas uma rosa branca, flor que Nelson Ramos recolheu antes do caixão ser levado.
No velório, que se realizou a partir das 10 da manhã, e tal como aconteceu nas cerimónias fúnebres de Viviane, amigos e elementos das duas famílias estiveram sempre distantes. Do lado esquerdo da capela mortuária a família de Nelson Ramos, sempre confortado por familiares; do lado oposto, a de Sónia Lima.
A PSP, mais uma vez, marcou presença de forma bem discreta, sendo de notar alguns agentes à paisana nas imediações da igreja e do cemitério, bem como alguns carros-patrulha. Nelson Ramos pediu proteção policial por temer represálias.
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