Luís Filipe Menezes condenado a pagar 4 mil euros por difamar Eduardo Vítor Rodrigues
Atual presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia vai pagar uma indemnização de 2.500 euros, valor ao qual acrescem mais 1.500 euros de taxas de multa criminal.
O atual presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, Luís Filipe Menezes, foi esta quinta-feira condenado por difamação agravada e a pagar uma indemnização de 2.500 euros ao ex-autarca Eduardo Vítor Rodrigues.
Acresce a este valor mais 1.500 euros de taxas de multa criminal.
Na sentença lida esta quinta-feira no Tribunal de Vila Nova de Gaia, a juíza acompanhou o que foi pedido, nas alegações finais, pela procuradora do Ministério Público (MP), que pediu a condenação do social-democrata.
Luís Filipe Menezes estava acusado de difamação agravada pela qualidade da pessoa ofendida, Eduardo Vítor Rodrigues, publicidade e calúnia.
À data dos factos em causa, Luís Filipe Menezes era ex-presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto, depois de ter saído em 2013 após 16 anos de liderança, e o socialista Eduardo Vítor Rodrigues era o líder da autarquia, que lhe sucedeu no cargo, e que não concluiu o terceiro e último mandato por ter sido condenado por peculato de uso em junho.
Na origem do caso está uma publicação de Luís Filipe Menezes, que é o novo presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, na rede social Facebook feita em outubro de 2023 em que acusava Eduardo Vítor Rodrigues que, à data, presidia ao município, de ter interferido num processo de licenciamento de um terreno seu.
Na publicação, Luís Filipe Menezes culpou Eduardo Vítor Rodrigues de ser o "mandante" de "criminosas cambalhotas", como a alteração de pareceres técnicos para o prejudicar, e anunciou que tinha entregado o caso às autoridades.
Na primeira audiência de julgamento, que começou a 27 de março, Luís Filipe Menezes admitiu a prática dos factos e reiterou as declarações feitas no Facebook.
Durante o seu depoimento, Menezes assumiu que, quando escreveu aquela publicação, estava zangado, mas, mesmo que não estivesse, a escreveria na mesma, porque um cidadão de direito "não pode, nem deve, estar sujeito a isto", referindo-se a todo o processo que envolveu o licenciamento do seu terreno, onde pretendia construir uma casa que acabou por não construir.
"Isto é bandidagem, não tenho outro termo, e é o que acho", atirou, na ocasião.
Eduardo Vítor Rodrigues pediu uma indemnização de 10 mil euros.
Além disso, o social-democrata respondia ainda por um crime de ofensa a organismo, serviço ou pessoa coletiva, agravado pela publicidade e calúnia.
No entanto, dois dias após as eleições autárquicas, a Câmara de Vila Nova de Gaia, ainda sob a liderança de Marina Mendes, que substituiu Eduardo Vítor Rodrigues no cargo, após este ter sido condenado a perda de mandato por peculato de uso, desistiu da queixa contra Menezes.
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