Mãe de homem agredido em cadeia: "O meu filho Jorge está num inferno"
Serviços Prisionais confirmam a queixa de uma das agressões.
"O meu filho é doente, precisa de ajuda e não de um local onde as pessoas lhe batem, o roubam e lhe dão mal a medicação. O meu filho está num inferno".
As palavras são de Maria Neiva, que há um ano - desde que o filho está preso na cadeia de Santa Cruz do Bispo, em Matosinhos, por agressões - vive em sobressalto.
Jorge Neiva, 38 anos, sofreu um acidente de viação aos 27, que levou a que ficasse com problemas do foro psiquiátrico. Tornou-se agressivo e chegou a bater na mãe. Em desespero, a mulher apresentou queixa nas autoridades e o homem apanhou uma pena de quatro anos.
"O meu filho tem uma deficiência. Quando apresentei as queixas, o que eu queria é que fosse acompanhado numa instituição. Mas levaram-no para uma cadeia onde, nos primeiros 15 dias, lhe roubaram toda a roupa", disse a mulher.
Além desses problemas, diz ainda que o filho é constantemente alvo de agressões. "Ele é agredido por outros reclusos. Numa delas, um preso deu-lhe um pontapé na boca e partiu-lhe os dentes todos. E é assim que ele está. Já escrevi para a cadeia, pedi ajuda a todo o lado e nada", disse.
O advogado da família tenta que o recluso seja transferido para uma outra cadeia. "O objetivo é que ele tenha um tratamento adequado às suas necessidades", garantiu Clife Lima.
Questionados pelo CM, os Serviços Prisionais disseram ter conhecimento de uma das agressões e que até abriram um inquérito, que acabou por ser arquivado por falta de provas.
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