Mata colega de cela após depilação e ida à missa
Recluso preso por homicídio volta a matar na cadeia de Lisboa.
O recluso que em março de 2015 matou um colega de cela no Estabelecimento Prisional de Lisboa (EPL) cometeu o crime depois de ter depilado a vítima e de ir à missa. De acordo como relato feito ontem em tribunal por um outro recluso, Gidson Tavares "andava perturbado" e "dizia que ouvia vozes", mas nada apontava para o desfecho fatal.
"Foi uma tarde normal. Depois de virmos do ginásio estivemos a fazer a depilação ao Manuel [Rodrigues Corado, o recluso assassinado, que estava em preventiva por tráfico de droga] e a seguir o Gidson foi à igreja. Quando voltou disse que ia haver uma tragédia, mas pensei que ele fosse fazer mal a si mesmo", contou ontem em tribunal Daniel Silva. Nessa altura, cerca das 19h00, os reclusos foram fechados nas celas e só pelas 21h00 se ouviu algo fora do normal.
"Ouvi o Manuel a gritar ‘guarda, socorro, cela 74’. Um dos guardas subiu as escadas, mas alguém disse "não se passa nada’ e o guarda desceu. Só na manhã seguinte, quando abriram as celas é que nos apercebemos que o Manuel estava morto", acrescentou Daniel.
Também ontem foi ouvido como testemunha um guarda-prisional do EPL, que confirmou ao colectivo de juízes que o corpo da vítima só foi encontrado de manhã. "Quando abri a cela vi um dos detidos inanimado na cama, sem cor… O outro [Gidson] estava estendido no chão, com sangue no pescoço e na mão esquerda, mas ainda se mexia. Não respondeu, mas fez um olhar de quem pede ajuda", contou Paulo Cardoso.
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