Médico condenado por três violações fica à solta

Um ano depois da sentença, tribunais ainda não emitiram mandado de detenção do clínico.

25 de janeiro de 2025 às 01:30
Partilhar

Um médico condenado em janeiro do ano passado a cinco anos de prisão efetiva por três crimes de violação sobre duas pacientes continua à solta apesar de o caso já ter transitado em julgado. Em causa, de acordo com o presidente da Comarca de Lisboa Oeste, citado pelo ‘Expresso’, está “a grave carência de recursos humanos disponíveis no tribunal”, que impediu a emissão do respetivo mandado de detenção e condução à cadeia.

O crimes foram cometidos sobre duas funcionárias de um banco, ambas violadas com as mãos pelo clínico durante consultas de medicina curativa na instituição onde trabalhavam, em julho de 2017.

Pub

Segundo o ‘Expresso’, o caso foi julgado no Tribunal de Cascais, que condenou o médico, agora com 77 anos, a cinco anos de prisão e ao pagamento de uma indemnização de 200 mil euros a uma das vítimas e 100 mil a outra, em 2020.

O médico recorreu, mas o Tribunal da Relação manteve a pena, embora reduzisse as indemnizações para 30 mil e 20 mil euros, numa decisão de 2022. Ambas as partes recorreram para o Supremo, que manteve a mesma condenação a cinco anos de prisão, mas voltou a baixar as indemnizações para 23 e 13 mil euros, num acórdão em que os juízes desvalorizaram a gravidade da violação por não ser “peniana”.

As duas vítimas já receberam as indemnizações, mas recorreram para o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem devido à inércia da justiça, que um ano depois da condenação ainda não a fez cumprir.

Pub

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

Partilhar