Menino arrastado debaixo de carro
O menino estava muito maltratado. Foi arrastado seis metros debaixo do carro, que lhe passou literalmente com as rodas por cima”. O desabafo é de Ilídio Costa, o bombeiro que, juntamente com o filho Pedro Costa, socorreu anteontem pelas 18h30 o pequeno Ricardo Ferreira, de dois anos, que momentos antes se tinha atrevido a atravessar a rua Félix Ribeiro, em São Pedro da Cova, Gondomar.
Em consequência do acidente, o menino partiu uma perna, algumas costelas e terá perfurado um pulmão, pelo que permanece em estado grave no Hospital de São João, onde aguarda ainda decisão médica para ser operado, dada a extensão e gravidade das lesões.
Ricardo foi atropelado por um automóvel comercial e a condutora só parou quando ouviu os berros da bisavó da criança, Rosa Azevedo, enquanto o menino “rolava debaixo” do carro. Segundo a familiar, a criança terá tentado passar para o outro lado da rua do Bairro de Secupira, para junto de outros meninos.
“Se o tivesse visto a correr, não o tinha deixado atravessar a rua”, disse ainda, acusando a condutora de irresponsabilidade. A opinião é partilhada por alguns moradores, mas outros consideram que a mãe e a bisavó deviam ter estado mais atentas.
Ao que o CM apurou, a condutora, vizinha da família da criança, permaneceu no local após o sucedido, foi identificada pela GNR, mas “até agora não voltou a contactar os pais para saber o estado do Ricardo”, frisou o pai da vítima, José Paulo, que vai agora apresentar queixa.
"PENSEI QUE ERA SÓ UM GATO"
Terá sido assim que a mulher que conduzia o veículo comercial que atropelou Ricardo se justificou à mãe e à bisavó da vítima: “Pensei que era só um gato”. Por isso mesmo não parou e arrastou a criança debaixo da viatura por cerca de seis metros. “Se eu não tinha berrado para ela parar, ela tinha certamente continuado”, salientou ao CM, a bisavó, Rosa Azevedo. Mas, depois aconteceu aquilo a que o bombeiro Ilídio Costa chama “o primeiro erro”. Quando chegou “o menino estava no colo da mãe”, conta o socorrista, frisando que o gesto poderá ter complicado as já graves lesões que a criança havia sofrido. “Devia ter ficado imobilizado”, acrescentou ainda dizendo que o Ricardo, cujo “corpo roçou no alcatrão”, foi depois assistido por uma viatura médica.
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