Ministério anuncia aumento de subsídio, mas associações da GNR insistem em negociar salários
Aumento de 2,15% no próximo ano do suplemento de escala traduz-se, segundo o presidente da Associação dos Profissionais da Guarda, num aumento mensal de três euros.
O Ministério da Administração Interna anunciou esta sexta-feira às associações da GNR que o suplemento de escala será aumentado em 2,15% em 2026, mas a Associação dos Profissionais da Guarda insiste que as negociações devem começar pelos vencimentos base.
No final de mais uma reunião negocial no Ministério da Administração Interna (MAI), a tutela apresentou esta sexta-feira às associações socioprofissionais da GNR a novidade de um aumento de 2,15% no próximo ano do suplemento de escala, o que se traduz, segundo o presidente da Associação dos Profissionais da Guarda (APG), num aumento mensal de três euros.
Este aumento do suplemento de escala junta-se ao aumento anunciado na anterior reunião também de 2,5% em janeiro do suplemento especial de serviço, destinado aos militares que trabalham na investigação criminal e unidades especiais.
César Nogueira disse à Lusa que o Governo está a alterar o estatuto remuneratório "aos remendos" ao começar pelos suplementos e defendeu que "todo o estatuto deve ser discutido", nomeadamente os vencimentos base, ou seja, a criação de uma nova tabela remuneratória, o que para a APG é o assunto mais importante.
"A APG mantém as ações de protesto enquanto não estiver em cima da mesa das negociações a revisão total do estatuto remuneratório", frisou o presidente da associação mais representativa da GNR, avançando que os protestos vão regressar em janeiro depois da concentração realizada na quinta-feira junto à residência do primeiro-ministro juntamente com a Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP).
Na reunião, o MAI apresentou ainda uma nova proposta sobre os serviços remunerados, passando as duas tabelas, a geral (tabela A) e a destinada às competições desportivas de natureza não profissional (tabela B), a ter um aumentando de 15%.
A APG defendeu a existência de apenas uma única tabela.
Durante a tarde desta sexta-feira, o MAI recebe os sindicatos da PSP, mas a ASPP não estará presente porque abandonou as negociações na última reunião, acusando o Governo de não estar a cumprir com o acordo celebrado em julho de 2024. Para a ASPP, tal como para a APG, a prioridade é negociar salários.
A próxima reunião de negociação está marcada para janeiro, sem data concreta, e deverá estar em discussão a higiene e saúde no trabalho.
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