Ministério Público mandou PSP vigiar e fotografar jornalistas
Procuradora do DIAP de Lisboa decidiu, sem autorização de um juiz, colocar a polícia a seguir os passos de dois jornalistas. É a primeira vez que tal acontece no regime democrático.
O departamento de vigilâncias da PSP colocou-se no terreno e durante vários dias (entre abril e junho de 2018) seguiu, pelo menos, os passos de Carlos Rodrigues Lima, fotografando-o em frente ao Departamento Central de Investigação e Acção Penal, onde os agentes registaram um cumprimento circunstancial entre o jornalista e o procurador José Ranito, que liderou a investigação do caso BES, e no Campus da Justiça, em Lisboa.
A diligência de foi ordenada à PSP sem qualquer mandado de um juiz de instrução, nem a procuradora deste processo revelou qualquer preocupação legal com a quebra do sigilo do jornalista através da vigilância. Segundo a lei, só um tribunal superior pode ordenar a quebra do sigilo dos jornalistas.
"Assim, determino à PSP que proceda às diligências necessárias a alcançar tal desiderato relativamente a Carlos Rodrigues Lima, subdiretor e jornalista da revista SÁBADO, e Henrique Machado, jornalista do Correio da Manhã", escreveu a procuradora, em abril de 2018
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt