Incêndio destrói prédio em Cascais
Moradores impedidos de passar a noite em casa.
Os moradores do edifício habitacional Cascais Atrium não vão passar pelo menos esta noite em casa. O fogo que deflagrou na madrugada deste sábado e durou cerca de seis horas destruiu grande parte do edifício. Alguns dos moradores temem a possibilidade de ficarem desalojados.
As autoridades apuraram este sábado, após vistoria técnica, que os apartamentos do Cascais Atrium não têm condições de habitabilidade, depois do incêndio que deflagrou esta madrugada, e só foi dominado ao fim de seis horas.
Em declarações à agência Lusa, o comandante operacional distrital de Lisboa Carlos Mata adiantou que a avaliação técnica revelou que "a estrutura do edifício não ficou afetada, mas os apartamentos não têm condições de habitabilidade".
"Além do fogo, as casas ficaram danificadas com a água do combate ao incêndio e não há energia elétrica, nem água, por isso as pessoas não têm condições de ficarem nas suas casas", acrescentou o comandante.
Carlos Mata disse ainda que a Câmara de Cascais se disponibilizou para ceder alojamento provisório aos desalojados, embora ainda não tivesse recebido nenhum pedido.
"Não sabemos ao certo quantas pessoas ficaram desalojadas, porque muitos apartamentos não estavam habitados, mas tudo indica que os moradores encontraram alternativas para passar a noite", referiu.
Segundo o responsável, a vistoria foi feita ao final da tarde, depois de o fogo ter sido dado como extinto às 19:00.
Seis feridos
O incêndio, que teve início às 03h08 e só foi dado como dominado às 09h30, deflagrou nos cinco pisos superiores do Cascais Atrium, com mais de uma centena de apartamentos, num edifício composto por dez pisos.
No entanto, o comandante operacional distrital de Lisboa, Carlos Mata, explicou que nem todos os apartamentos eram habitados e nem todos foram atingidos pelas chamas. Com as operações de rescaldo ainda a decorrer e um perímetro de segurança estabelecido pelas autoridades, os moradores desconhecem ainda o estado das suas habitações e temem o pior cenário.
"De certeza que fiquei com tudo destruído, que perdi tudo. Já cá fora vi as chamas a saírem do meu apartamento e vejo agora o fumo todo com os bombeiros lá dentro", disse Eric Oliveira, habitante no 7.º piso.
Alertados pelo alarme do prédio, os moradores aperceberam-se do incêndio assim que abriram a porta de suas casas e viram o fumo todo nos corredores.
"Percebi logo que era um incêndio grande, vi as pessoas todas a saírem aflitas, muitos idosos, peguei nos meus filhos, que ficaram muito assustados, e vim de pijama para a rua", contou Ana Coelho, outra moradora.
Já Sandra Abreu só se apercebeu do que se passava quando os bombeiros bateram à porta.
"Não ouvi a sirene, nem senti o fumo. Liguei para a receção a perguntar o que se passava e mandaram-me sair imediatamente. Só quando os bombeiros bateram à porta para me levar é que vi que era grave. Vim com a roupa do corpo, sem trazer mais nada", descreveu a moradora do 4.º piso.
Um casal espanhol, de férias em Cascais e alojado no apartamento 517, contou que viram as chamas a sair do apartamento 512, onde dizem que terá começado o incêndio, por um curto-circuito numa televisão.
"Abrimos a porta e vimos as labaredas no 512. Corremos para as traseiras do prédio, que também já tinha chamas, e vimos uma família a sufocar com fumo. Foi um momento de pânico", contou Sónia Lopez.
As autoridades desconhecem ainda as causas do incêndio, mas confirmam que terá começado no 5.º piso (a contar com a receção) e alastrado até ao último andar.
O comandante Carlos Mata adiantou que o incêndio está agora em fase de rescaldo e quando for dado como extinto será feita uma avaliação por técnicos da Câmara de Cascais para perceber se há condições de os moradores regressarem às suas casas.
"Ainda não sabemos as dimensões dos estragos e as condições de segurança, por isso, só depois da vistoria e avaliação é que poderemos saber quais são os apartamentos habitáveis e quantas pessoas ficaram desalojadas", sustentou.
Na sequência do incêndio, acrescentou, seis pessoas foram assistidas "apenas por precaução" no Hospital de Cascais, devido à inalação de fumos. Carlos Mata explicou que o combate ao incêndio foi dificultado por ter deflagrado não apenas no interior das habitações, mas também no exterior, no átrio edifício.
No local permanecem ainda 94 operacionais dos bombeiros, da PSP, da Polícia Municipal de Cascais e da Proteção Civil.
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