Motorista de autocarro incendiado em Santo António dos Cavaleiros está estável e fora de perigo

Vítima ficou presa dentro da viatura depois de ter sido obrigada a parar por um grupo.

24 de outubro de 2024 às 09:52
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O motorista do autocarro da Carris Metropolitana incendiado esta quinta-feira de madrugada em Santo António dos Cavaleiros, no concelho de Loures, estava à tarde estável e fora de perigo, disse à agência Lusa fonte da empresa.

De acordo com fonte oficial da PSP, o homem ficou preso dentro do veículo, depois de um grupo o ter obrigado a parar e incendiar o mesmo com recurso a alegados ‘cocktails molotov’.

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A vítima sofreu queimaduras graves na "face, tórax e membros superiores", teve de ser assistida e ventilada no local, sendo depois transportado para o hospital de Santa Maria, em Lisboa. Não há informação de passageiros feridos.

"A última informação que temos é que apresentava um estado muito grave, mas estava estável e fora de perigo de vida", disse a mesma fonte, ressalvando que este ponto de situação foi feito pelas 17h30.

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Segundo a PSP, o motorista sofreu "queimaduras graves na face, tórax e membros superiores".

Os distúrbios ocorridos esta semana em vários concelhos da Área Metropolitana de Lisboa foram desencadeados pela morte de Odair Moniz.

O cidadão cabo-verdiano, de 43 anos e morador no Bairro do Zambujal, na Amadora, foi baleado por um agente da PSP na madrugada de segunda-feira, no Bairro da Cova da Moura, no mesmo concelho, e morreu pouco depois, no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa.

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Segundo a PSP, o homem pôs-se "em fuga" de carro depois de ver uma viatura policial e "entrou em despiste" na Cova da Moura, onde, ao ser abordado pelos agentes, "terá resistido à detenção e tentado agredi-los com recurso a arma branca".

A associação SOS Racismo e o movimento Vida Justa contestaram a versão policial e exigiram uma investigação "séria a isenta" para apurar "todas as responsabilidades", considerando que está em causa "uma cultura de impunidade" nas polícias.

A Inspeção-Geral da Administração Interna abriu um inquérito urgente e também a PSP anunciou um inquérito interno, enquanto o agente que baleou o homem foi constituído arguido.

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Desde a noite de segunda-feira registaram-se desacatos no Zambujal e, desde terça-feira, noutros bairros da Área Metropolitana de Lisboa, onde foram queimados autocarros, automóveis e caixotes do lixo.

Mais de uma dezena de pessoas foram detidas e, além de o motorista do autocarro ter sofrido queimaduras graves, dois polícias receberam tratamento hospitalar, havendo ainda alguns cidadãos feridos sem gravidade.

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