Mulher regada com ácido após queixas
Anabela Rino, 58 anos, já tinha ido à GNR com medo das ameaças.
O homem de 59 anos que tentou matar a ex-mulher, ao provocar-lhe queimaduras graves no tórax, na cara e no pescoço com ácido sulfúrico, em Regueira de Pontes, Leiria, premeditou o ataque brutal. Sábado à noite, Anabela Rino, de 58 anos, não abriu a porta de casa quando o ex-marido tocou à campainha, mas abriu a janela e foi atingida com o ácido assim que espreitou para a rua.
A mulher andava com medo e já tinha ido à GNR queixar-se do ex-marido, Carmindo Silvério, dizendo que estava a ser ameaçada e perseguida. Temia o pior, por ele ter licença de uso e porte de arma – por ter sido industrial da área da iluminação –, tendo a GNR feito uma busca à casa e apreendido a arma, uma pistola de defesa 6.35 mm.
A filha do casal, que vive perto, Sónia Silvério, de 38 anos, também já se tinha queixado de que o pai "um dia fazia um disparate".
"O Carmindo dizia que ia ser preso e nós íamos visitá-lo à cadeia, mas eu pensava que era tudo uma maluqueira dele, só para chamar a nossa atenção. Nunca pensei que ia fazer mal à ex-mulher", disse ontem ao CM Manuel Rosa Carnide, primo e amigo do agressor, agora preso.
Logo após o ataque, Carmindo Silvério fugiu de carro e telefonou a Manuel Carnide a dizer que tinha feito "uma asneira". Andou às voltas pela região mas, convencido pelo primo e amigo, acabou por voltar para casa, entregando-se à GNR. Foi detido e amanhã será levado a tribunal.
Ao ser questionado pela irmã, Albertina Ferreira, que entretanto se apercebera da tragédia e foi em socorro da vítima, disse que "não queria matar a Anabela. Era só para lhe dar um susto".
"Nunca pensei que pudesse acontecer uma situação destas", disse ao CM, ainda em choque, Albertina Ferreira, defendendo que o irmão "tem de pagar por aquilo que fez".
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