14 tripulantes resgatados de navio mercante na Figueira da Foz
Tripulantes já se encontravam na água, numa balsa, quando foram recolhidos.
O armador do navio mercante Souhtwester, que desde a madrugada de quinta-feira está à deriva e adornado em alto mar, 40 milhas ao largo da Figueira da Foz, já colocou no local um rebocador e vai a caminho um segundo, estando a ser elaborado e avaliado um plano de resgate do navio para um porto ainda a designar. Este plano técnico, a cargo de uma empresa de salvados marítimos, terá de ser aprovado pela Autoridade Marítima Nacional. O Souhtwester foi abandonado pelos 14 tripulantes após o alagamento súbito da casa das máquinas, pelas 00h30 de quinta-feira. Uma aeronave C295 da Força Aérea encontrou o navio a flutuar e à deriva, tendo a Marinha emitido um alerta à navegação e enviado para o local a fragata Vasco da Gama, que acompanha a situação, atenta a um eventual foco de poluição e garantindo a segurança da área.
No entanto, já se sabe, após contacto com o armador, que o Souhtwester tem "apenas" 38 metros cúbicos (38 mil litros) de diesel marítimo, combustível cuja consistência e quantidade "parecem afastar uma catástroge ambiental". A meteorologia está a melhorar no local e o navio tem mantido o mesmo nível de flutuabilidade, ligeiramente adornado para bombordo (esquerda).
O navio mercante Souhtwester, com bandeira de Vanuatu terá sofrido um alagamento grave, tendo os 14 tripulantes abandonado a embarcação e sido recolhidos por outro navio mercante, que já os desembarcou no porto de Leixões, confirmou ao CM fonte oficial da Marinha. O navio transporta aço.
O Souhtwester, que fazia a ligação entre Montoir (França) e Sevilha (Espanha), emitiu o alerta via rádio VHF às 00h30. A tripulação é composta por sete homens turcos e outros tantos georgianos. O alerta dava conta de uma entrada abrupta e violenta de água na casa das máquinas, que "comprometeu estabilidade do navio com sério risco de naufragar", disse a mesma fonte da Marinha.
No resgate foram empenhados dois navios mercantes, que passavam a 10 e 13 milhas do local do alerta, e um ‘héli’ EH101 da Força Aérea Portuguesa, que não chegou a levantar voo uma vez que os tripulantes já haviam sido recolhidos 30 minutos após o alarme pelo EM Hydra, que fazia um transporte de carga entre Algeciras (Espanha) e Leixões.
Os tripulantes já se encontravam na água, numa balsa, quando foram recolhidos. No local estava ainda o veleiro Mojo, que os auxiliou.
Os tripulantes foram desembarcados em Leixões, onde tinham à sua espera uma equipa do SEF e as autoridades de saúde. Realizaram o teste de despiste à Covid-19 e vão ser interrogados.
O Souhtwester tem cerca de 100 metros de comprimento e 16 de largura. Foi construído em 1998.
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