Homem nega ter ordenado ataque com ácido à ‘ex’

Cláudio Gouveia, de 34 anos, do Funchal, que está a ser julgado pelos crimes de homicídio qualificado na forma tentada e violência doméstica, negou esta quinta-feira, no Tribunal de Portimão, ter mandado um amigo regar com ácido a ex-namorada, a britânica Eleanor Chessel, de 29 anos, na noite de 6 de maio do ano passado, em Alvor.

A vítima sofreu queimaduras de segundo e terceiro grau em quase 60% do corpo. O arguido admitiu, contudo, conhecer o autor do crime, que é seu amigo, e que este terá agido por ver que Cláudio estava a sofrer devido à separação de Eleanor e de todos os problemas que envolveram a relação de ambos.

O casal conheceu-se no Funchal e manteve um relacionamento de cerca de dois anos, o que foi confirmado pelo arguido. Cláudio negou, contudo, os episódios de violência doméstica de que é acusado. Confirmou que o casal teve por várias vezes sexo a três, mas não contra a vontade de Eleanor, antes pelo contrário. E disse que não lhe batia, apenas se defendia das agressões da namorada, que tinha um problema com o álcool.

Admitiu, no entanto, ter enviado algumas mensagens por telemóvel à vítima e à mãe desta, já após a separação. Numa delas, para a mãe de Eleanor, com imagens nuas da jovem, dizia que era aquilo que a filha fazia quando ele não estava em casa e que lhe iria "queimar a cara quando a voltasse a ver".

O arguido garantiu ainda não ter dito às autoridades saber quem tinha atirado o ácido a Eleanor por ter ficado "muito assustado" e por saber que ele próprio era suspeito do crime.

PORMENORES 

Negócio de droga

Cláudio Gouveia disse que ele e o amigo vieram do Funchal a Alvor na altura do crime, mas o arguido assegurou que o objetivo era "um negócio de droga do amigo e não regar Eleanor com ácido".

Autor detido

O homem que regou Eleanor com ácido vai ser julgado num processo separado por só recentemente ter sido detido na Bélgica, de onde já foi extraditado. Está atualmente na prisão de Silves.

"Revoltado"

Cláudio disse ontem em tribunal estar muito "revoltado" com a situação, sobretudo perante a sua família, pois está "preso por uma coisa que não fez", mas foi acusado "por ser o ex-namorado".