Ninguém reclamou o corpo do homem que matou o cientista português Nuno Loureiro
Ainda não está marcada a data do funeral de Nuno Loureiro. Foram angariados 200 mil euros de ajuda aos filhos.
O corpo de Cláudio Valente ainda não foi reclamado. O assassino de Boston poderá ser sepultado como indigente, se a família não se responsabilizar pelas cerimónias fúnebres ou pelo envio dos restos mortais para o nosso país. Também as cerimónias fúnebres de Nuno Loureiro ainda não estão marcadas. Podem ocorrer nos Estados Unidos da América, numa altura em que há já um movimento que pretende angariar dinheiro para apoiar os filhos do cientista. Já foram angariados, até agora, 200 mil euros.
A cada dia que passa também são mais as informações que chegam à investigação, dando conta das perturbações do homicida. O único amigo que manteve na Universidade de Brown dá conta de que Cláudio Valente se queixava da falta de qualidade do ensino. Garantia que estudantes e professores eram fracos e por isso desistiu. O que continua por se saber é há quanto tempo Cláudio Valente e Nuno Loureiro retomaram o contacto. Não se sabe se há meses ou se semanas antes. A única certeza é que Cláudio sabia onde Nuno morava e Nuno não tinha receio e abriu-lhe a porta de casa, mesmo tendo ali a filha de 14 anos. Foi baleado, com três tiros. O socorro chegou rápido, mas Nuno não resistiu, acabando por morrer, no dia seguinte, no hospital.
E foi também no dia seguinte ao homicídio que Cláudio pôs termo à vida, num armazém que tinha alugado. Só foi encontrado dois dias depois pelas autoridades. Tudo aponta para crime de ódio. Nuno e Cláudio foram colegas no Técnico. Alunos brilhantes. Nuno vingou na vida. Cláudio não.
Universidade presta homenagem
Em todas as portas da Universidade de Brown há homenagens. Centenas de flores, peluches e dizeres. Evoca-se a morte e tenta-se de alguma forma dar conforto às famílias das vítimas. Morreram dois estudantes, nove ficaram feridos. Seis ainda estão internados.
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