“Nos Correios tenho de ser atendida na rua”

Elisabete movimenta-se em cadeira de rodas e lamenta falta de acessos nos serviços públicos.

21 de julho de 2019 às 09:45
Licenciada, Elisabete Cerejo quis, com o seu exemplo, chamar a atenção para a falta de acessibilidades em Vila Real Foto: Pedro Rebelo
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Elisabete Cerejo tem 37 anos, vive em Vila Real, e, por ter mobilidade reduzida e se deslocar numa cadeira de rodas, é atendida na rua em vários serviços como, por exemplo, nos Correios ou no tribunal, porque não existem rampas ou elevadores.

"Nos Correios, por exemplo, sou atendida na rua. Tenho de tocar na campainha instalada no exterior e esperar que algum funcionário venha ter comigo. Esta é uma avenida muito movimentada a nível de viaturas e nem sempre lá dentro ouvem a campainha, por isso, muitas vezes são pessoas que me veem cá fora que acabam por informar os funcionários", refere Elisabete.

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Licenciada, a mulher diz até ter "sorte", porque tem uma cadeira elétrica, algo que lhe proporciona bastante liberdade. Mas os constrangimentos com que lida fazem-na pensar nas muitas ‘Elisabetes’ da cidade transmontana.

"Além dos Correios, não consigo aceder ao tribunal, nem à EDP ou à EMAR, para poder pagar desde uma simples fatura. Conheço muitas pessoas que, por terem mobilidade reduzida e não terem uma cadeira como a minha, ficam reféns na própria casa e quase que esquecidas pela sociedade, tudo devido às barreiras arquitetónicas", explica Elisabete.

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Em pleno século XXI, as desigualdades por que passa esta mulher são a realidade de muitas dezenas de pessoas que vivem presas no interior de casas por falta de mecanismos de acesso a uma vida normal. Elisabete espera que a situação possa ter um fim à vista e que sejam criadas condições nos serviços públicos para pessoas com deficiência.

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