Número de vítimas mortais nos fogos sobe para 43
Chamas fizeram ainda 70 feridos, 14 dos quais em estado grave.
O número de mortes causadas pelos incêndios florestais que assolaram o país desde domingo chegou às 43 pessoas, confirmou esta quinta-feira à Lusa a adjunta do comando nacional da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) Patrícia Gaspar. O corpo desta vítima mortal foi encontrado na localidade de Avô, concelho de Oliveira do Hospital.
De acordo com a ANPC, 20 mortes registaram-se no distrito de Coimbra, 10 das quais em Oliveira do Hospital, três em Tábua, três em Arganil, três em Penacova e um na Pampilhosa da Serra. No distrito de Viseu, registaram-se 18 vítimas mortais, designadamente em Vouzela (oito), Santa Comba Dão (cinco), Nelas (uma), Carregal do Sal (uma), Tondela (duas) e Oliveira de Frades (uma).
A ANPC adianta que duas pessoas morreram na Guarda e uma na Sertã (distrito de Castelo Branco). Outras duas pessoas morreram no Hospital de Coimbra, mas não foi divulgada a origem.
Na manhã desta quinta-feira o presidente da Câmara de Oliveira do Hospital confirmou que o número de mortes tinha aumentado para 44, afirmando que mais duas pessoas do concelho, que estariam internadas, teriam morrido. A Proteção Civil veio desmentir este número.
José Carlos Alexandrino, autarca de Oliveira do Hospital, confirmou ao CM que deu a informação errada esta manhã. O presidente afirmou que foi abordado por famíliares das vítimas sobre este assunto mas que agora, depois de tentar obter confirmação oficial, percebeu que teria dado a informação errada.
No último balanço feito pela Proteção Civil, na terça-feira à noite, estavam confirmadas 42 vítimas mortais. Foi encontrado o corpo de uma idosa na manhã desta quarta-feira, em Vouzela, e chegou a pensar-se que seria mais uma vítima das chamas mas, ao que o CM apurou, trata-se de uma mulher que estava desaparecida há um ano e meio e que não morreu devido ao fogo.
Seis dos sete desaparecidos foram encontrados com vida e de boa saúde. O último desaparecido, de Pampilhosa da Serra, foi encontrado morto na terça-feira. Foi a 41.ª vítima mortal.
Durante a tarde de segunda-feira, circularam informações de que uma das vítimas do fogo se trataria de um bebé de um mês, mas informação acabaram por se revelar infundadas. Não consta nenhum bebé na lista de vítimas do incêndio divulgada esta terça-feira.
Já na manhã de terça-feira, a Proteção Civil tinha indicado que há pelo menos 70 feridos, dos quais 15 são graves. Um destes feridos graves é bombeiro e há ainda outros 19 bombeiros com ferimentos ligeiros.
Foram ainda assistidas outras 40 pessoas, nos locais onde lavraram os incêndios.
Os números são ainda provisórios.
Marcelo pede à Assembleia para clarificar se quer manter Governo
Num discurso duro, o Presidente da República afirmou que cabe à Assembleia decidir se o Governo se deve manter em funções.
"Se há, na Assembleia da República, quem questione a atual capacidade do Governo para realizar estas mudanças, inadiáveis e indispensáveis então que, nos termos da Constituição, esperemos que a Assembleia diga soberanamente se quer ou não manter este Governo", disse o Presidente da República na mensagem ao País proferida em Oliveira do Hospital, um dos concelhos mais assolados pelo fogo deste domingo.
A ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, apresentou esta quarta-feira a demissão a António Costa. A decisão foi aceite pelo primeiro-ministro, que garante que o pedido foi feito "em termos" que não poderia "recusar". "Quero publicamente agradecer à professora doutora Constança Urbano de Sousa a dedicação e empenho com que serviu o país no desempenho das suas funções", diz o primeiro-ministro, numa nota enviada à Comunicação Social. António Costa admite "falhas graves" O primeiro-ministro afirmou que é "inequívoco" que houve falhas graves dos serviços do Estado no incêndio de Pedrógão Grande, em junho passado, cabendo como tal ao Estado assumir as responsabilidades perante as vítimas. "Do resultado do relatório da Comissão Técnica Independente nomeada pelo parlamento é inequívoco que em diversos momentos e circunstâncias houve falhas graves dos serviços do Estado. Portanto, cumpre ao Estado assumir as responsabilidades perante as vítimas de Pedrógão Grande", declarou o primeiro-ministro. António Costa falava na abertura do debate quinzenal na Assembleia da República, após uma intervenção inicial do deputado socialista. Ministério Público abre inquéritos O Ministério Público instaurou inquéritos autónomos nos Departamentos de Investigação e Ação Penal (DIAP) das comarcas onde ocorreram os incêndios registados desde domingo, disse esta segunda-feira à agência Lusa a Procuradoria-Geral da República (PGR). "Na sequência das comunicações recebidas até ao momento, foram instaurados inquéritos nos DIAP das comarcas onde ocorreram os incêndios", refere uma resposta escrita enviada pela PGR. "Assim, foram instaurados inquéritos autónomos por referência aos vários incêndios e respetivas consequências, sendo que o Ministério Público continua a acompanhar a situação, com vista a desencadear todos os procedimentos legalmente previstos que se mostrem adequados. Nas investigações, o Ministério Público é coadjuvado pela Polícia Judiciária", acrescenta a PGR Mais de 100 mortes em incêndios em quatro meses Mais de 100 pessoas morreram nos últimos quatro meses nos incêndios florestais em Portugal, que no final de setembro tinham destruído mais de 215 mil hectares, equivalente ao território da Área Metropolitana do Porto. Depois de um verão com temperaturas elevadas e muito pouca chuva, Portugal chegou a outubro com mais de 80% do território continental em seca severa, segundo o último Boletim Climatológico do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). O IPMA, aliás, classificou o mês de setembro como o mais quente dos últimos 87 anos. As condições meteorológicas excecionais fizeram o Governo prolongar este ano até final de outubro o período crítico do Sistema de Defesa da Floresta, que prevê a proibição de lançar foguetes e fazer queimadas e fogueiras nos espaços florestais, por causa das condições meteorológicas.
"Quero publicamente agradecer à professora doutora Constança Urbano de Sousa a dedicação e empenho com que serviu o país no desempenho das suas funções", diz o primeiro-ministro, numa nota enviada à Comunicação Social.
O primeiro-ministro afirmou que é "inequívoco" que houve falhas graves dos serviços do Estado no incêndio de Pedrógão Grande, em junho passado, cabendo como tal ao Estado assumir as responsabilidades perante as vítimas.
"Do resultado do relatório da Comissão Técnica Independente nomeada pelo parlamento é inequívoco que em diversos momentos e circunstâncias houve falhas graves dos serviços do Estado. Portanto, cumpre ao Estado assumir as responsabilidades perante as vítimas de Pedrógão Grande", declarou o primeiro-ministro.
António Costa falava na abertura do debate quinzenal na Assembleia da República, após uma intervenção inicial do deputado socialista.
Ministério Público abre inquéritos
O Ministério Público instaurou inquéritos autónomos nos Departamentos de Investigação e Ação Penal (DIAP) das comarcas onde ocorreram os incêndios registados desde domingo, disse esta segunda-feira à agência Lusa a Procuradoria-Geral da República (PGR).
"Na sequência das comunicações recebidas até ao momento, foram instaurados inquéritos nos DIAP das comarcas onde ocorreram os incêndios", refere uma resposta escrita enviada pela PGR.
"Assim, foram instaurados inquéritos autónomos por referência aos vários incêndios e respetivas consequências, sendo que o Ministério Público continua a acompanhar a situação, com vista a desencadear todos os procedimentos legalmente previstos que se mostrem adequados. Nas investigações, o Ministério Público é coadjuvado pela Polícia Judiciária", acrescenta a PGR
Mais de 100 mortes em incêndios em quatro meses
Mais de 100 pessoas morreram nos últimos quatro meses nos incêndios florestais em Portugal, que no final de setembro tinham destruído mais de 215 mil hectares, equivalente ao território da Área Metropolitana do Porto.
Depois de um verão com temperaturas elevadas e muito pouca chuva, Portugal chegou a outubro com mais de 80% do território continental em seca severa, segundo o último Boletim Climatológico do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
O IPMA, aliás, classificou o mês de setembro como o mais quente dos últimos 87 anos.
As condições meteorológicas excecionais fizeram o Governo prolongar este ano até final de outubro o período crítico do Sistema de Defesa da Floresta, que prevê a proibição de lançar foguetes e fazer queimadas e fogueiras nos espaços florestais, por causa das condições meteorológicas.
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