"O meu mundo acabou no dia em que o perdi": o desabafo da mãe do menino de 13 anos esfaqueado pelo padrasto em Tomar

Mulher era vítima de violência doméstica. Agressor também morreu numa explosão que provocou na casa onde cometeu os crimes.

27 de dezembro de 2025 às 19:48
Alfie, de 13 anos Foto: Direitos Reservados
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A mãe de Alfie Hallett, o menor de 13 anos que foi morto à facada pelo padrasto em Tomar, reagiu à morte do filho. Rachel, de 43 anos, citada pelo jornal britânico Metro, disse que preferia ter sido ela a morrer no ataque que chocou o País e foi notícia lá fora na passada terça-feira.

A mulher afirmou que "respirar dói" e que o mundo "acabou" com a morte da criança. Rachel apelidou o agressor, um homem português de 43 anos, como um "monstro".

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"Ele foi tirado de mim de forma tão injusta e cruel por aquele monstro – cedo demais, quando ele ainda tinha tanto para viver, tanto para dar ao mundo. Sinto tanta falta dele que até respirar dói. Queria que ele me tivesse levado também, porque o meu mundo acabou no dia em que o perdi. O meu coração está partido, despedaçado, e não sei como vou conseguir superar isso. Espero, do fundo da minha alma, que Alfie sempre tenha sabido o quanto era amado – por mim, acima de tudo, com cada fibra do meu ser. Ele era tudo para mim, a minha razão de viver.", afirmou Rachel.

A mulher inglesa era vítima de violência doméstica e as autoridades portuguesas estavam a par da situação. Na passada terça-feira, o ex-companheiro de Rachel manietou e agrediu a mulher em casa, em Casais, Tomar. A vítima pediu ajuda à GNR, mas as autoridades não chegaram a tempo. Alfie foi esfaqueado até à morte e a mãe assistiu a tudo.

Após cometer os crimes, Gonçalo Carvalho barricou-se em casa e desferiu alguns golpes no próprio peito. Acabou por morrer na sequência da explosão que provocou.

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Alfie era atleta de basquetebol no Sport Club Operário de Cem Soldos, Tomar. Segundo a avó, "tinha um coração de ouro" e morreu a tentar proteger a mãe.

O homicida já tinha cadastro. Chegou a cumprir pena de prisão por homicídio qualificado. Trabalhava numa loja e mantinha hábitos de consumo de estupefacientes.

Para ajudar a mãe da criança, os amigos juntaram-se e criaram uma campanha de angariação na plataforma 'GoFundMe'. Já foram doados mais de seis mil euros.

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"A Rachel trabalhou arduamente para sustentar e suportar o seu filho único Alfie, financeira e emocionalmente. Agora, neste tempo de tragédia inimaginável, gostaríamos de dar a todos os que querem ajudar, a possibilidade de doar algum dinheiro para, pelo menos, aliviar as preocupações financeiras com o funeral do seu precioso filho e talvez também providenciar à Rachel os meios para ela ter uma pausa enquanto lida com este momento traumatizante e de devastação do seu mundo", lê-se na descrição da campanha.

Rachel e Alfie chegaram a Portugal em 2016, depois da mulher se ter separado do pai do filho.

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