Pânico nos fogos corta A1 durante 10 horas e leva populações ao desespero

Dezenas de pessoas retiradas de casas e crianças tiveram de sair de uma instituição perante o avanço das chamas.

07 de setembro de 2019 às 01:30
Moradores protegeram as suas habitações Foto: Nuno André Ferreira/Lusa
Habitante de Fontão, com lágrimas nos olhos, tentava salvar a sua casa Foto: CMTV
Presidente da República fala em apreciável capacidade de resposta Foto: Lusa/António Cotrim
Acidente ocorreu em Sobrado, Valongo, durante combate a fogo Foto: Direitos Reservados
A vítima, Noel Ferreira, de 35 anos Foto: Direitos Reservados
Fogo combatido por centenas de bombeiros em S. Marcos desde quinta-feira Foto: Nuno André Ferreira/Lusa
Moradores viveram momentos de terror com as chamas em Fontão Foto: Nuno André Ferreira/Lusa
Fogo esteve próximo de várias casas e foi preciso travar avanço das chamas Foto: Nuno André Ferreira/Lusa
Viatura da GNR manteve-se na A25 devido ao incêndio em S. Marcos Foto: Nuno André Ferreira/Lusa

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"Meu Deus, ajuda-me. Por favor, protejam a minha casa que não tenho mais nada." As palavras de uma moradora da Cova do Fontão, em Angeja, Albergaria-a-Velha, espelham o desespero de quem viu as chamas ameaçar habitações.

O fogo que deflagrou na quinta-feira de manhã em Paus descontrolou-se durante a noite por causa dos ventos fortes e impediu o trânsito em várias estradas. A A1, principal autoestrada do País, esteve cortada mais de 10 horas (das 07h30 às 17h40), entre Albergaria e Aveiro Sul. Também a A25 esteve sem trânsito várias horas, em Angeja, tal como o IC2, de Águeda a Albergaria, e a EN16, em Afilhó e Alquerubim.

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Pelas 05h00 desta sexta-feira, a GNR começou a bater à porta dos moradores do Fontão para que estes deixassem as casas. Só idosos e crianças concordaram.

"Não saímos daqui. Temos de defender o que é nosso", justificou um morador. Já à hora de almoço, as chamas avançaram em direção a pequenos povoados. O infantário Aconchego foi evacuado (19 crianças e dois adultos), tal como um lar de idosos e um acampamento (quatro bebés, 18 crianças e quatro mulheres).

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Ao todo, mais de 40 moradores foram retirados. Seis meios aéreos faziam descargas sucessivas sobre as chamas. No terreno, mais de 300 operacionais combatiam as labaredas. Não conseguiram acudir a todas as solicitações. Arderam mais de dois mil hectares entre Albergaria e Águeda. O incêndio foi dado como dominado esta sexta-feira ao início da noite.

Já o fogo que deflagrou em Teixeira e Teixeiró, Baião, quinta-feira à noite, foi atacado por quase 200 operacionais e dominado ao cair da noite. Na Maia, polícias ajudaram a combater um incêndio em Milheirós.

Quase todo o País continua este sábado em risco máximo ou muito elevado. O estado de alerta foi prolongado até às 23h59 de terça-feira.

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Marcelo elogia resposta no combate ao fogo

PJ investiga fogo com 5 feridos em Lisboa

A secção de investigação de incêndios da PJ de Lisboa abriu um inquérito ao fogo de quinta-feira à tarde, na zona da Penha de França, que causou cinco feridos. As chamas, recorde-se, destruíram oficinas e barracas.

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"Ele era o pilar da corporação"

O sentimento de perda e revolta é visível no quartel, onde as lágrimas e palavras de conforto marcaram o dia desta sexta-feira. Apesar do choque, os bombeiros decidiram trabalhar porque essa seria a vontade de Noel, que morreu quando o helicóptero que pilotava caiu em Sobrado, Valongo.

"É difícil de gerir. Estamos a ajudar o corpo ativo a superar a perda do pilar máximo da associação", disse ao CM Rodrigo Sousa, vice-presidente da Associação Humanitária. O corpo do também capitão da Força Aérea chega esta manhã ao quartel de Cete, onde ficará em câmara ardente. O funeral realiza-se amanhã, às 10h00, com o corpo a sair do salão nobre.

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