PJ ‘caça’ em Lisboa homicida que abanou filha até à morte na Bélgica
Inspetores aperceberam-se de que o homem, de nacionalidade brasileira, tinha mandado de captura. Suspeito matou a recém-nascida de quatro meses, quando tomava conta dela.
Os inspetores da Polícia Judiciária (ex-operacionais do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras), colocados no controlo fronteiriço do Aeroporto de Lisboa, prenderam um homem de 28 anos, procurado por ter morto a própria filha, de apenas quatro meses, na Bélgica.
A detenção ocorreu na terça-feira. O suspeito, brasileiro, chegou a Lisboa num voo vindo do país de origem. Ao passar pelo controlo documental, o alerta soou. Os inspetores da Judiciária aperceberam-se, no sistema policial Schengen, de que o homem era alvo de um mandado europeu de captura, emitido na Bélgica. Com o apoio das autoridades deste país e da Polícia Federal brasileira, os polícias portugueses perceberam que tinham detido um homicida. O crime ocorreu a meio do ano passado, em Bruxelas. O homem ficou a tomar conta da filha, de quatro meses, por algumas horas. Pediu ajuda a amigos quando se apercebeu de que a mesma estava a ficar arroxeada. A bebé ainda foi hospitalizada, mas viria a morrer. Após autópsia, apurou-se que a causa mais provável da morte foi infligida: a menor foi abanada com violência.
O pai ainda prestou declarações à polícia belga. No entanto, por nem sequer ter sido presente a um juiz, viria a sair daquele país. Era procurado até à sua detenção. Por ordem do Tribunal da Relação de Lisboa, vai aguardar extradição para a Bélgica em prisão preventiva.
INTERROGATÓRIO NÃO ADMITIU
No interrogatório que prestou à polícia belga logo após a morte da filha, o homem nunca admitiu ter tido interferência na morte da menina. Manteve sempre a versão de que a bebé foi vítima de morte súbita.
AUTÓPSIA TRAUMATISMO CRANIANO
A autópsia feita ao cadáver da bebé de 4 meses por médicos forenses belgas mostrou que a menina foi vítima de um traumatismo craniano. A versão de morte súbita apresentada pelo pai ficou assim descartada.
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