PJ faz novas buscas ao barão da imprensa cor-de-rosa
Inspetores foram buscar novos documentos às novas instalações do grupo Impala.
Quase um ano e meio depois da operação policial que fez 32 buscas e a detenção de Jacques Rodrigues e do filho, a Polícia Judiciária (PJ) voltou na sexta-feira às novas instalações do grupo Impala, em Rio de Mouro, Sintra, para recolher documentação. O processo, apurou o CM, estará na reta final e deverá conhecer acusação pública após as férias judiciais.
Sabe o CM que os trabalhadores deixaram há cerca de dois meses as históricas instalações do edifício de Ranholas, agora penhorado, no âmbito de um processo laboral ganho por um ex-trabalhador, e mudaram-se para um edifício arrendado, também no concelho de Sintra.
O grupo de Jacques Rodrigues, dono de várias revistas cor-de-rosa, como a ‘Nova Gente’, a ‘Maria’ e a ‘TV 7 Dias’, é suspeito de corrupção, insolvência dolosa agravada, burla qualificada e fraude fiscal.
Sustenta a investigação que Jacques teria usado uma teia de empresas para descapitalizar a Descobrirpress e transferir receitas das revistas para a sua esfera pessoal. Com isto, a Descobrirpress pediu a insolvência, em outubro de 2022, e o grupo Impala acumulou dívidas de cerca de 100 milhões de euros a trabalhadores, a fornecedores e ao Estado.
O ‘barão da imprensa cor-de-rosa’, como é conhecido, refuta todas as suspeitas, incluindo as de corrupção.
Tal como o CM já noticiou, o juiz de instrução do processo ‘Última Edição’ declarou extintas as medidas de coação aplicadas ao empresário, em março do ano passado. Jacques Rodrigues estava impedido de exercer funções no grupo, mas já voltou a assumir a gestão da Impala.
Contactada pelo CM, a defesa de Jacques Rodrigues disse estar a colaborar.
"No processo de inquérito e contrariamente ao que é noticiado, não existe a suspeita da prática de crime de corrupção e fraude fiscal. Aliás, no mandato de busca e apreensão não consta a referência à suspeita da prática de crime de corrupção e fraude fiscal. Esclareço ainda que voltei a assumir a gestão das empresas mas apenas nas que já exercia anteriormente e não em todas as empresas do Grupo Impala", lê-se no direito de resposta enviado por Jacques Rodrigues ao CM.
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